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1 Reis
22 capítulos
Capítulo - 1
1 - Sendo, pois, o rei Davi já velho, e entrado em dias, cobriam-no de roupas, porém não se aquecia.
2 - Então disseram-lhe os seus servos: Busquem para o rei meu senhor uma moça virgem, que esteja perante o rei, e tenha cuidado dele; e durma no seu seio, para que o rei meu senhor se aqueça.
3 - E buscaram por todos os termos de Israel uma moça formosa, e acharam a Abisague, sunamita; e a trouxeram ao rei.
4 - E era a moça sobremaneira formosa; e tinha cuidado do rei, e o servia; porém o rei não a conheceu.
5 - Então Adonias, filho de Hagite, se levantou, dizendo: Eu reinarei. E preparou carros, e cavaleiros, e cinqüenta homens, que corressem adiante dele.
6 - E nunca seu pai o tinha contrariado, dizendo: Por que fizeste assim? E era ele também muito formoso de parecer; e Hagite o tivera depois de Absalão.
7 - E tinha entendimento com Joabe, filho de Zeruia, e com Abiatar o sacerdote; os quais o ajudavam, seguindo a Adonias.
8 - Porém Zadoque, o sacerdote, e Benaia, filho de Joiada, e Natã, o profeta, e Simei, e Rei, e os poderosos que Davi tinha, não estavam com Adonias.
9 - E matou Adonias ovelhas, e vacas, e animais cevados, junto à pedra de Zoelete, que está perto da fonte de Rogel; e convidou a todos os seus irmãos, os filhos do rei, e a todos os homens de Judá, servos do rei.
10 - Porém a Natã, o profeta, e a Benaia, e aos poderosos, e a Salomão, seu irmão, não convidou.
11 - Então falou Natã a Bate-Seba, mãe de Salomão, dizendo: Não ouviste que Adonias, filho de Hagite, reina? E que nosso senhor Davi não o sabe?
12 - Vem, pois, agora, e deixa-me dar-te um conselho, para que salves a tua vida, e a de Salomão teu filho.
13 - Vai, e chega ao rei Davi, e dize-lhe: Não juraste tu, rei senhor meu, à tua serva, dizendo: Certamente teu filho Salomão reinará depois de mim, e ele se assentará no meu trono? Por que, pois, reina Adonias?
14 - Eis que, estando tu ainda aí falando com o rei, eu também entrarei depois de ti, e confirmarei as tuas palavras.
15 - E foi Bate-Seba ao rei na sua câmara; e o rei era muito velho; e Abisague, a sunamita, servia ao rei.
16 - E Bate-Seba inclinou a cabeça, e se prostrou perante o rei; e disse o rei: Que tens?
17 - E ela lhe disse: Senhor meu, tu juraste à tua serva pelo Senhor teu Deus, dizendo: Salomão, teu filho, reinará depois de mim, e ele se assentará no meu trono.
18 - E agora eis que Adonias reina; e tu, ó rei meu senhor, não o sabes.
19 - E matou vacas, e animais cevados, e ovelhas em abundância, e convidou a todos os filhos do rei, e a Abiatar, o sacerdote, e a Joabe, capitão do exército, mas a teu servo Salomão não convidou.
20 - Porém, ó rei meu senhor, os olhos de todo o Israel estão sobre ti, para que lhe declares quem se assentará sobre o trono do rei meu senhor, depois dele.
21 - De outro modo sucederá que, quando o rei meu senhor dormir com seus pais, eu e Salomão meu filho seremos os culpados.
22 - E, estando ela ainda falando com o rei, eis que entra o profeta Natã.
23 - E o fizeram saber ao rei, dizendo: Eis aí está o profeta Natã. E entrou à presença do rei, e prostrou-se diante dele com o rosto em terra.
24 - E disse Natã: Ó rei meu senhor, disseste tu: Adonias reinará depois de mim, e ele se assentará sobre o meu trono?
25 - Porque hoje desceu, e matou vacas, e animais cevados, e ovelhas em abundância, e convidou a todos os filhos do rei e aos capitães do exército, e a Abiatar, o sacerdote, e eis que estão comendo e bebendo perante ele; e dizem: Viva o rei Adonias.
26 - Porém a mim, sendo eu teu servo, e a Zadoque, o sacerdote, e a Benaia, filho de Joiada, e a Salomão, teu servo, não convidou.
27 - Foi feito isto da parte do rei meu senhor? E não fizeste saber a teu servo quem se assentaria no trono do rei meu senhor depois dele?
28 - E respondeu o rei Davi, e disse: Chamai-me a Bate-Seba. E ela entrou à presença do rei; e ficou em pé diante do rei.
29 - Então jurou o rei e disse: Vive o Senhor, o qual remiu a minha alma de toda a angústia,
30 - Que, como te jurei pelo Senhor Deus de Israel, dizendo: Certamente teu filho Salomão reinará depois de mim, e ele se assentará no meu trono, em meu lugar, assim o farei no dia de hoje.
31 - Então Bate-Seba se inclinou com o rosto em terra e se prostrou diante do rei, e disse: Viva o rei Davi meu senhor para sempre.
32 - E disse o rei Davi: Chamai-me a Zadoque, o sacerdote, e a Natã, o profeta, e a Benaia, filho de Joiada. E eles entraram à presença do rei.
33 - E o rei lhes disse: Tomai convosco os servos de vosso senhor, e fazei subir a meu filho Salomão na mula que é minha; e levai-o a Giom.
34 - E Zadoque, o sacerdote, com Natã, o profeta, ali o ungirão rei sobre Israel; então tocareis a trombeta, e direis: Viva o rei Salomão!
35 - Então subireis após ele, e virá e se assentará no meu trono, e ele reinará em meu lugar; porque tenho ordenado que ele seja guia sobre Israel e sobre Judá.
36 - Então Benaia, filho de Joiada, respondeu ao rei, e disse: Amém; assim o diga o SENHOR Deus do rei meu senhor.
37 - Como o SENHOR foi com o rei meu senhor, assim o seja com Salomão, e faça que o seu trono seja maior do que o trono do rei Davi meu senhor.
38 - Então desceu Zadoque, o sacerdote, e Natã, o profeta, e Benaia, filho de Joiada, e os quereteus, e os peleteus, e fizeram montar a Salomão na mula do rei Davi, e o levaram a Giom.
39 - E Zadoque, o sacerdote, tomou o chifre de azeite do tabernáculo, e ungiu a Salomão; e tocaram a trombeta, e todo o povo disse: Viva o rei Salomão!
40 - E todo o povo subiu após ele, e o povo tocava gaitas, e alegrava-se com grande alegria; de maneira que com o seu clamor a terra retiniu.
41 - E o ouviu Adonias, e todos os convidados que estavam com ele, que tinham acabado de comer; também Joabe ouviu o sonido das trombetas, e disse: Por que há tal ruído de cidade alvoroçada?
42 - Estando ele ainda falando, eis que vem Jônatas, filho de Abiatar, o sacerdote, e disse Adonias: Entra, porque és homem valente, e trarás boas novas.
43 - E respondeu Jônatas, e disse a Adonias: Certamente nosso senhor, rei Davi, constituiu rei a Salomão;
44 - E o rei enviou com ele a Zadoque, o sacerdote, e a Natã, o profeta, e a Benaia, filho de Joiada, e aos quereteus e aos peleteus; e o fizeram montar na mula do rei.
45 - E Zadoque, o sacerdote, e Natã, o profeta, o ungiram rei em Giom, e dali subiram alegres, e a cidade está alvoroçada; este é o clamor que ouviste.
46 - E também Salomão está assentado no trono do reino.
47 - E também os servos do rei vieram abençoar a nosso senhor, o rei Davi, dizendo: Faça teu Deus que o nome de Salomão seja melhor do que o teu nome; e faça que o seu trono seja maior do que o teu trono. E o rei se inclinou no leito.
48 - E também disse o rei assim: Bendito o Senhor Deus de Israel, que hoje tem dado quem se assente no meu trono, e que os meus olhos o vissem.
49 - Então estremeceram e se levantaram todos os convidados que estavam com Adonias; e cada um se foi ao seu caminho.
50 - Porém Adonias temeu a Salomão; e levantou-se, e foi, e apegou-se às pontas do altar.
51 - E fez-se saber a Salomão, dizendo: Eis que Adonias teme ao rei Salomão; porque eis que apegou-se às pontas do altar, dizendo: Jure-me hoje o rei Salomão que não matará o seu servo à espada.
52 - E disse Salomão: Se for homem de bem, nem um de seus cabelos cairá em terra; se, porém, se achar nele maldade, morrerá.
53 - E mandou o rei Salomão, e o fizeram descer do altar; e veio, e prostrou-se perante o rei Salomão, e Salomão lhe disse: Vai para tua casa.
Capítulo - 2
1 - E aproximaram-se os dias da morte de Davi; e deu ele ordem a Salomão, seu filho, dizendo:
2 - Eu vou pelo caminho de toda a terra; esforça-te, pois, e sê homem.
3 - E guarda a ordenança do Senhor teu Deus, para andares nos seus caminhos, e para guardares os seus estatutos, e os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus testemunhos, como está escrito na lei de Moisés; para que prosperes em tudo quanto fizeres, e para onde quer que fores.
4 - Para que o Senhor confirme a palavra, que falou de mim, dizendo: Se teus filhos guardarem o seu caminho, para andarem perante a minha face fielmente, com todo o seu coração e com toda a sua alma, nunca, disse, te faltará sucessor ao trono de Israel.
5 - E também tu sabes o que me fez Joabe, filho de Zeruia, e o que fez aos dois capitães do exército de Israel, a Abner filho de Ner, e a Amasa, filho de Jeter, os quais matou, e em paz derramou o sangue de guerra, e pôs o sangue de guerra no cinto que tinha nos lombos, e nos sapatos que trazia nos pés.
6 - Faze, pois, segundo a tua sabedoria, e não permitas que suas cãs desçam à sepultura em paz.
7 - Porém com os filhos de Barzilai, o gileadita, usarás de beneficência, e estarão entre os que comem à tua mesa, porque assim se chegaram eles a mim, quando eu fugia por causa de teu irmão Absalão.
8 - E eis que também contigo está Simei, filho de Gera, filho de Benjamim, de Baurim, que me maldisse com maldição atroz, no dia em que ia a Maanaim; porém ele saiu a encontrar-se comigo junto ao Jordão, e eu pelo Senhor lhe jurei, dizendo que o não mataria à espada.
9 - Mas agora não o tenhas por inculpável, pois és homem sábio, e bem saberás o que lhe hás de fazer para que faças com que as suas cãs desçam à sepultura com sangue.
10 - E Davi dormiu com seus pais, e foi sepultado na cidade de Davi.
11 - E foram os dias que Davi reinou sobre Israel quarenta anos: sete anos reinou em Hebrom, e em Jerusalém reinou trinta e três anos.
12 - E Salomão se assentou no trono de Davi, seu pai, e o seu reino se fortificou sobremaneira.
13 - Então veio Adonias, filho de Hagite, a Bate-Seba, mãe de Salomão; e disse ela: De paz é a tua vinda? E ele disse: É de paz.
14 - Então disse ele: Uma palavra tenho que dizer-te. E ela disse: Fala.
15 - Disse, pois, ele: Bem sabes que o reino era meu, e todo o Israel tinha posto a vista em mim para que eu viesse a reinar, contudo o reino foi transferido e veio a ser de meu irmão, porque foi feito seu pelo Senhor.
16 - Assim que agora uma só petição te faço; não ma rejeites. E ela lhe disse: Fala.
17 - E ele disse: Peço-te que fales ao rei Salomão (porque ele não te rejeitará) que me dê por mulher a Abisague, a sunamita.
18 - E disse Bate-Seba: Bem, eu falarei por ti ao rei.
19 - Assim foi Bate-Seba ao rei Salomão, a falar-lhe por Adonias; e o rei se levantou a encontrar-se com ela, e se inclinou diante dela; então se assentou no seu trono, e fez pôr uma cadeira para a sua mãe, e ela se assentou à sua direita.
20 - Então disse ela: Só uma pequena petição te faço; não ma rejeites. E o rei lhe disse: Pede, minha mãe, porque não ta negarei.
21 - E ela disse: Dê-se Abisague, a sunamita, a Adonias, teu irmão, por mulher.
22 - Então respondeu o rei Salomão, e disse a sua mãe: E por que pedes a Abisague, a sunamita, para Adonias? Pede também para ele o reino (porque é meu irmão maior), para ele, digo, e também para Abiatar, sacerdote, e para Joabe, filho de Zeruia.
23 - E jurou o rei Salomão pelo Senhor, dizendo: Assim Deus me faça, e outro tanto, se não falou Adonias esta palavra contra a sua vida.
24 - Agora, pois, vive o Senhor, que me confirmou, e me fez assentar no trono de Davi, meu pai, e que me tem feito casa, como tinha falado, que hoje morrerá Adonias.
25 - E enviou o rei Salomão pela mão de Benaia, filho de Joiada, o qual arremeteu contra ele de modo que morreu.
26 - E a Abiatar, o sacerdote, disse o rei: Vai para Anatote, para os teus campos, porque és homem digno de morte; porém hoje não te matarei, porquanto levaste a arca do Senhor DEUS diante de Davi, meu pai, e porquanto foste aflito em tudo quanto meu pai foi aflito.
27 - Lançou, pois, Salomão fora a Abiatar, para que não fosse sacerdote do Senhor, para cumprir a palavra do Senhor, que tinha falado sobre a casa de Eli em Siló.
28 - E chegou a notícia até Joabe (porque Joabe tinha se desviado seguindo a Adonias, ainda que não tinha se desviado seguindo a Absalão), e Joabe fugiu para o tabernáculo do Senhor, e apegou-se às pontas do altar.
29 - E disseram ao rei Salomão que Joabe tinha fugido para o tabernáculo do Senhor; e eis que está junto ao altar; então Salomão enviou Benaia, filho de Joiada, dizendo: Vai, arremete sobre ele.
30 - E foi Benaia ao tabernáculo do Senhor, e lhe disse: Assim diz o rei: Sai daí. E disse ele: Não, porém aqui morrerei. E Benaia tornou com a resposta ao rei, dizendo: Assim falou Joabe, e assim me respondeu.
31 - E disse-lhe o rei: Faze como ele disse, e arremete contra ele, e sepulta-o, para que tires de mim e da casa de meu pai o sangue que Joabe sem causa derramou.
32 - Assim o Senhor fará recair o sangue dele sobre a sua cabeça, porque deu sobre dois homens mais justos e melhores do que ele, e os matou à espada, sem que meu pai Davi o soubesse, a saber: a Abner, filho de Ner, capitão do exército de Israel, e a Amasa, filho de Jeter, capitão do exército de Judá.
33 - Assim recairá o sangue destes sobre a cabeça de Joabe e sobre a cabeça da sua descendência para sempre; mas a Davi, e à sua descendência, e à sua casa, e ao seu trono, dará o Senhor paz para todo o sempre.
34 - E subiu Benaia, filho de Joiada, e arremeteu contra ele, e o matou; e foi sepultado em sua casa, no deserto.
35 - E o rei pôs a Benaia, filho de Joiada, em seu lugar sobre o exército, e a Zadoque, o sacerdote, pôs o rei em lugar de Abiatar.
36 - Depois mandou o rei, e chamou a Simei, e disse-lhe: Edifica-te uma casa em Jerusalém, e habita aí, e daí não saias, nem para uma nem para outra parte.
37 - Porque há de ser que no dia em que saíres e passares o ribeiro de Cedrom, de certo que sem dúvida morrerás; o teu sangue será sobre a tua cabeça.
38 - E Simei disse ao rei: Boa é essa palavra; como tem falado o rei meu senhor, assim fará o teu servo. E Simei habitou em Jerusalém muitos dias.
39 - Sucedeu, porém, que, ao cabo de três anos, dois servos de Simei fugiram para Aquis, filho de Maaca, rei de Gate; e deram parte a Simei, dizendo: Eis que teus servos estão em Gate.
40 - Então Simei se levantou, e albardou o seu jumento, e foi a Gate, ter com Aquis, em busca de seus servos; assim foi Simei, e trouxe os seus servos de Gate.
41 - E disseram a Salomão como Simei fora de Jerusalém a Gate, e já tinha voltado.
42 - Então o rei mandou chamar a Simei, e disse-lhe: Não te conjurei eu pelo Senhor, e protestei contra ti, dizendo: No dia em que saíres para uma ou outra parte, sabe de certo que, sem dúvida, morrerás? E tu me disseste: Boa é essa palavra que ouvi.
43 - Por que, pois, não guardaste o juramento do Senhor, nem a ordem que te dei?
44 - Disse mais o rei a Simei: Bem sabes tu toda a maldade que o teu coração reconhece, que fizeste a Davi, meu pai; pelo que o Senhor fez recair a tua maldade sobre a tua cabeça.
45 - Mas o rei Salomão será abençoado, e o trono de Davi será confirmado perante o Senhor para sempre.
46 - E o rei mandou a Benaia, filho de Joiada, o qual saiu, e arremeteu contra ele, de modo que morreu; assim foi confirmado o reino na mão de Salomão.
Capítulo - 3
1 - E Salomão se aparentou com Faraó, rei do Egito; e tomou a filha de Faraó, e a trouxe à cidade de Davi, até que acabasse de edificar a sua casa, e a casa do SENHOR, e a muralha de Jerusalém em redor.
2 - Entretanto, o povo sacrificava sobre os altos; porque até àqueles dias ainda não se havia edificado casa ao nome do Senhor.
3 - E Salomão amava ao Senhor, andando nos estatutos de Davi seu pai; somente que nos altos sacrificava, e queimava incenso.
4 - E foi o rei a Gibeom para lá sacrificar, porque aquele era o alto maior; mil holocaustos sacrificou Salomão naquele altar.
5 - E em Gibeom apareceu o Senhor a Salomão de noite em sonhos; e disse-lhe Deus: Pede o que queres que eu te dê.
6 - E disse Salomão: De grande beneficência usaste tu com teu servo Davi, meu pai, como também ele andou contigo em verdade, e em justiça, e em retidão de coração, perante a tua face; e guardaste-lhe esta grande beneficência, e lhe deste um filho que se assentasse no seu trono, como se vê neste dia.
7 - Agora, pois, ó Senhor meu Deus, tu fizeste reinar a teu servo em lugar de Davi meu pai; e sou apenas um menino pequeno; não sei como sair, nem como entrar.
8 - E teu servo está no meio do teu povo que elegeste; povo grande, que nem se pode contar, nem numerar, pela sua multidão.
9 - A teu servo, pois, dá um coração entendido para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; porque quem poderia julgar a este teu tão grande povo?
10 - E esta palavra pareceu boa aos olhos do Senhor, de que Salomão pedisse isso.
11 - E disse-lhe Deus: Porquanto pediste isso, e não pediste para ti muitos dias, nem pediste para ti riquezas, nem pediste a vida de teus inimigos; mas pediste para ti entendimento, para discernires o que é justo;
12 - Eis que fiz segundo as tuas palavras; eis que te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti igual não houve, e depois de ti igual não se levantará.
13 - E também até o que não pediste te dei, assim riquezas como glória; de modo que não haverá um igual entre os reis, por todos os teus dias.
14 - E, se andares nos meus caminhos, guardando os meus estatutos, e os meus mandamentos, como andou Davi teu pai, também prolongarei os teus dias.
15 - E acordou Salomão, e eis que era sonho. E indo a Jerusalém, pôs-se perante a arca da aliança do Senhor, e sacrificou holocausto, e preparou sacrifícios pacíficos, e fez um banquete a todos os seus servos.
16 - Então vieram duas mulheres prostitutas ao rei, e se puseram perante ele.
17 - E disse-lhe uma das mulheres: Ah! senhor meu, eu e esta mulher moramos numa casa; e tive um filho, estando com ela naquela casa.
18 - E sucedeu que, ao terceiro dia, depois do meu parto, teve um filho também esta mulher; estávamos juntas; nenhum estranho estava conosco na casa; somente nós duas naquela casa.
19 - E de noite morreu o filho desta mulher, porquanto se deitara sobre ele.
20 - E levantou-se à meia-noite, e tirou o meu filho do meu lado, enquanto dormia a tua serva, e o deitou no seu seio; e a seu filho morto deitou no meu seio.
21 - E, levantando-me eu pela manhã, para dar de mamar a meu filho, eis que estava morto; mas, atentando pela manhã para ele, eis que não era meu filho, que eu havia tido.
22 - Então disse a outra mulher: Não, mas o vivo é meu filho, e teu filho o morto. Porém esta disse: Não, por certo, o morto é teu filho, e meu filho o vivo. Assim falaram perante o rei.
23 - Então disse o rei: Esta diz: Este que vive é meu filho, e teu filho o morto; e esta outra diz: Não, por certo, o morto é teu filho e meu filho o vivo.
24 - Disse mais o rei: Trazei-me uma espada. E trouxeram uma espada diante do rei.
25 - E disse o rei: Dividi em duas partes o menino vivo; e dai metade a uma, e metade a outra.
26 - Mas a mulher, cujo filho era o vivo, falou ao rei (porque as suas entranhas se lhe enterneceram por seu filho), e disse: Ah! senhor meu, dai-lhe o menino vivo, e de modo nenhum o mateis. Porém a outra dizia: Nem teu nem meu seja; dividi-o.
27 - Então respondeu o rei, e disse: Dai a esta o menino vivo, e de maneira nenhuma o mateis, porque esta é sua mãe.
28 - E todo o Israel ouviu o juízo que havia dado o rei, e temeu ao rei; porque viram que havia nele a sabedoria de Deus, para fazer justiça.
Capítulo - 4
1 - Assim foi Salomão rei sobre todo o Israel.
2 - E estes eram os príncipes que tinha: Azarias, filho de Zadoque, sacerdote;
3 - Eliorefe e Aías, filhos de Sisa, secretários; Jeosafá, filho de Ailude, cronista;
4 - Benaia, filho de Joiada, sobre o exército; e Zadoque e Abiatar eram sacerdotes;
5 - E Azarias, filho de Natã, sobre os provedores; e Zabude, filho de Natã, oficial-mor, amigo do rei;
6 - E Aisar, mordomo; Adonirão, filho de Abda, sobre o tributo.
7 - E tinha Salomão doze oficiais sobre todo o Israel, que proviam ao rei e à sua casa; e cada um tinha que abastecê-lo por um mês no ano.
8 - E estes são os seus nomes: Ben-Hur, nas montanhas de Efraim;
9 - Ben-Dequer em Macaz, e em Saalbim, e em Bete-Semes, e em Elom, e em Bete-Hanã;
10 - Ben-Hesede em Arubote; também este tinha a Socó e a toda a terra de Hefer;
11 - Ben-Abinadabe em todo o termo de Dor; tinha este a Tafate, filha de Salomão, por mulher;
12 - Baana, filho de Ailude, tinha a Taanaque, e a Megido, e a toda a Bete-Seã, que está junto a Zaretã, abaixo de Jizreel, desde Bete-Seã até Abel-Meolá, para além de Jocmeão;
13 - O filho de Geber, em Ramote de Gileade; tinha este as aldeias de Jair, filho de Manassés, as quais estão em Gileade; também tinha o termo de Argobe, o qual está em Basã, sessenta grandes cidades, com muros e ferrolhos de cobre;
14 - Ainadabe, filho de Ido, em Maanaim.
15 - Aimaás em Naftali; também este tomou a Basemate, filha de Salomão, por mulher;
16 - Baaná, filho de Husai, em Aser e em Alote;
17 - Jeosafá, filho de Parua, em Issacar;
18 - Simei, filho de Elá, em Benjamim:
19 - Geber, filho de Uri, na terra de Gileade, a terra de Siom, rei dos amorreus, e de Ogue, rei de Basã; e só uma guarnição havia naquela terra.
20 - Eram, pois, os de Judá e Israel muitos, como a areia que está junto ao mar em multidão, comendo, e bebendo, e alegrando-se.
21 - E dominava Salomão sobre todos os reinos desde o rio até à terra dos filisteus, e até ao termo do Egito; os quais traziam presentes, e serviram a Salomão todos os dias da sua vida.
22 - Era, pois, o provimento de Salomão cada dia, trinta coros de flor de farinha, e sessenta coros de farinha;
23 - Dez bois cevados, e vinte bois de pasto, e cem carneiros; afora os veados e as cabras montesas, e os corços, e aves cevadas.
24 - Porque dominava sobre tudo quanto havia do lado de cá do rio, Tifsa até Gaza, sobre todos os reis do lado de cá do rio; e tinha paz de todos os lados em redor dele.
25 - E Judá e Israel habitavam seguros, cada um debaixo da sua videira, e debaixo da sua figueira, desde Dã até Berseba, todos os dias de Salomão.
26 - Tinha também Salomão quarenta mil estrebarias de cavalos para os seus carros, e doze mil cavaleiros.
27 - Proviam, pois, estes provedores, cada um no seu mês, ao rei Salomão e a todos quantos se chegaram à mesa do rei Salomão; coisa nenhuma deixavam faltar.
28 - E traziam a cevada e a palha para os cavalos e para os ginetes, para o lugar onde estava, cada um segundo o seu cargo.
29 - E deu Deus a Salomão sabedoria, e muitíssimo entendimento, e largueza de coração, como a areia que está na praia do mar.
30 - E era a sabedoria de Salomão maior do que a sabedoria de todos os do oriente e do que toda a sabedoria dos egípcios.
31 - E era ele ainda mais sábio do que todos os homens, e do que Etã, ezraíta, e Hemã, e Calcol, e Darda, filhos de Maol; e correu o seu nome por todas as nações em redor.
32 - E disse três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e cinco.
33 - Também falou das árvores, desde o cedro que está no Líbano até ao hissopo que nasce na parede; também falou dos animais e das aves, e dos répteis e dos peixes.
34 - E vinham de todos os povos a ouvir a sabedoria de Salomão, e de todos os reis da terra que tinham ouvido da sua sabedoria.
Capítulo - 5
1 - E enviou Hirão, rei de Tiro, os seus servos a Salomão (porque ouvira que ungiram a Salomão rei em lugar de seu pai), porquanto Hirão sempre tinha amado a Davi.
2 - Então Salomão mandou dizer a Hirão:
3 - Bem sabes tu que Davi, meu pai, não pôde edificar uma casa ao nome do Senhor seu Deus, por causa da guerra com que o cercaram, até que o Senhor pôs seus inimigos debaixo das plantas dos seus pés.
4 - Porém agora o Senhor meu Deus me tem dado descanso de todos os lados; adversário não há, nem algum mau encontro.
5 - E eis que eu intento edificar uma casa ao nome do Senhor meu Deus, como falou o Senhor a Davi, meu pai, dizendo: Teu filho, que porei em teu lugar no teu trono, ele edificará uma casa ao meu nome.
6 - Dá ordem, pois, agora, que do Líbano me cortem cedros, e os meus servos estarão com os teus servos, e eu te darei o salário dos teus servos, conforme a tudo o que disseres; porque bem sabes tu que entre nós ninguém há que saiba cortar a madeira como os sidônios.
7 - E aconteceu que, ouvindo Hirão as palavras de Salomão, muito se alegrou, e disse: Bendito seja hoje o Senhor, que deu a Davi um filho sábio sobre este tão grande povo.
8 - E enviou Hirão a Salomão, dizendo: Ouvi o que me mandaste dizer. Eu farei toda a tua vontade acerca das madeiras de cedro e de cipreste.
9 - Os meus servos as levarão desde o Líbano até ao mar, e eu as farei conduzir em jangadas pelo mar até ao lugar que me designares, e ali as desamarrarei; e tu as tomarás; tu também farás a minha vontade, dando sustento à minha casa.
10 - Assim deu Hirão a Salomão madeira de cedro e madeira de cipreste, conforme a toda a sua vontade.
11 - E Salomão deu a Hirão vinte mil coros de trigo, para sustento da sua casa, e vinte coros de azeite batido; isto dava Salomão a Hirão anualmente.
12 - Deu, pois, o Senhor a Salomão sabedoria, como lhe tinha falado; e houve paz entre Hirão e Salomão, e ambos fizeram acordo.
13 - E o rei Salomão fez subir uma leva de gente dentre todo o Israel, e foi a leva de gente trinta mil homens;
14 - E os enviava ao Líbano, cada mês, dez mil por turno; um mês estavam no Líbano, e dois meses cada um em sua casa; e Adonirão estava sobre a leva de gente.
15 - Tinha também Salomão setenta mil que levavam as cargas, e oitenta mil que talhavam pedras nas montanhas,
16 - Afora os chefes dos oficiais de Salomão, que estavam sobre aquela obra, três mil e trezentos, os quais davam as ordens ao povo que fazia aquela obra.
17 - E mandou o rei que trouxessem pedras grandes, e pedras valiosas, pedras lavradas, para fundarem a casa.
18 - E as lavraram os edificadores de Hirão, e os giblitas; e preparavam a madeira e as pedras para edificar a casa.
Capítulo - 6
1 - E sucedeu que no ano de quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do Egito, no ano quarto do reinado de Salomão sobre Israel, no mês de Zive (este é o mês segundo), começou a edificar a casa do SENHOR.
2 - E a casa que o rei Salomão edificou ao Senhor era de sessenta côvados de comprimento, e de vinte côvados de largura, e de trinta côvados de altura.
3 - E o pórtico diante do templo da casa era de vinte côvados de comprimento, segundo a largura da casa, e de dez côvados de largura diante da casa.
4 - E fez para a casa janelas de gelósias fixas.
5 - E edificou câmaras junto ao muro da casa, contra as paredes da casa, em redor, tanto do templo como do oráculo; e assim lhe fez câmaras laterais em redor.
6 - A câmara de baixo era de cinco côvados de largura, e a do meio de seis côvados de largura, e a terceira de sete côvados de largura; porque pela parte de fora da casa, em redor, fizera encostos, para que as vigas não se apoiassem nas paredes da casa.
7 - E edificava-se a casa com pedras preparadas, como as traziam se edificava; de maneira que nem martelo, nem machado, nem nenhum outro instrumento de ferro se ouviu na casa quando a edificavam.
8 - A porta da câmara do meio estava ao lado direito da casa, e por caracóis se subia à do meio, e da do meio à terceira.
9 - Assim, pois, edificou a casa, e a acabou; e cobriu a casa com pranchões e tabuados de cedro.
10 - Também edificou as câmaras em volta de toda a casa, de cinco côvados de altura, e as ligou à casa com madeira de cedro.
11 - Então veio a palavra do Senhor a Salomão, dizendo:
12 - Quanto a esta casa que tu edificas, se andares nos meus estatutos, e fizeres os meus juízos, e guardares todos os meus mandamentos, andando neles, confirmarei para contigo a minha palavra, a qual falei a Davi, teu pai;
13 - E habitarei no meio dos filhos de Israel, e não desampararei o meu povo de Israel.
14 - Assim edificou Salomão aquela casa, e a acabou.
15 - Também cobriu as paredes da casa por dentro com tábuas de cedro; desde o soalho da casa até ao teto tudo cobriu com madeira por dentro; e cobriu o soalho da casa com tábuas de cipreste.
16 - Edificou mais vinte côvados de tábuas de cedro nos lados da casa, desde o soalho até às paredes; e por dentro lhas edificou para o oráculo, para o Santo dos Santos.
17 - A casa, isto é, o templo anterior tinha quarenta côvados.
18 - E o cedro da casa por dentro era lavrado de botões e flores abertas; tudo era cedro, pedra nenhuma se via.
19 - E por dentro da casa, na parte mais interior, preparou o oráculo, para pôr ali a arca da aliança do Senhor.
20 - E o oráculo no interior era de vinte côvados de comprimento, e de vinte côvados de largura, e de vinte côvados de altura; e o revestiu de ouro puro; também revestiu de cedro o altar.
21 - E revestiu Salomão a casa por dentro de ouro puro; e com cadeias de ouro pôs uma cortina diante do oráculo, e o revestiu com ouro.
22 - Assim cobriu de ouro toda a casa, inteiramente; também cobriu de ouro todo o altar que estava diante do oráculo.
23 - E no oráculo fez dois querubins de madeira de oliveira, cada um da altura de dez côvados.
24 - E uma asa de um querubim era de cinco côvados, e a outra asa do querubim de outros cinco côvados; dez côvados havia desde a extremidade de uma das suas asas até à extremidade da outra das suas asas.
25 - Assim era também de dez côvados o outro querubim; ambos os querubins eram de uma mesma medida e de um mesmo talhe.
26 - A altura de um querubim era de dez côvados, e assim a do outro querubim.
27 - E pôs a estes querubins no meio da casa de dentro; e os querubins estendiam as asas, de maneira que a asa de um tocava na parede, e a asa do outro querubim tocava na outra parede; e as suas asas no meio da casa tocavam uma na outra.
28 - E revestiu de ouro os querubins.
29 - E todas as paredes da casa, em redor, lavrou de esculturas e entalhes de querubins, e de palmas, e de flores abertas, por dentro e por fora.
30 - Também revestiu de ouro o soalho da casa, por dentro e por fora.
31 - E à entrada do oráculo fez portas de madeira de oliveira; o umbral de cima com as ombreiras faziam a quinta parte da parede.
32 - Também as duas portas eram de madeira de oliveira; e lavrou nelas entalhes de querubins, e de palmas, e de flores abertas, os quais revestiu de ouro; também estendeu ouro sobre os querubins e sobre as palmas.
33 - E assim fez à porta do templo ombreiras de madeira de oliveira, da quarta parte da parede.
34 - E eram as duas portas de madeira de cipreste; e as duas folhas de uma porta eram dobradiças, assim como eram também dobradiças as duas folhas entalhadas das outras portas.
35 - E as lavrou de querubins e de palmas, e de flores abertas, e as revestiu de ouro acomodado ao lavor.
36 - Também edificou o pátio interior de três ordens de pedras lavradas e de uma ordem de vigas de cedro.
37 - No ano quarto se pôs o fundamento da casa do Senhor, no mês de Zive.
38 - E no ano undécimo, no mês de Bul, que é o mês oitavo, se acabou esta casa com todas as suas coisas, e com tudo o que lhe convinha; e a edificou em sete anos.
Capítulo - 7
1 - Porém a sua casa edificou Salomão em treze anos; e acabou toda a sua casa.
2 - Também edificou a casa do bosque do Líbano de cem côvados de comprimento, e de cinqüenta côvados de largura, e de trinta côvados de altura, sobre quatro ordens de colunas de cedro, e vigas de cedro sobre as colunas.
3 - E por cima estava coberta de cedro sobre as vigas, que estavam sobre quarenta e cinco colunas, quinze em cada ordem.
4 - E havia três ordens de janelas; e uma janela estava defronte da outra janela, em três ordens.
5 - Também todas as portas e ombreiras quadradas eram de uma mesma vista; e uma janela estava defronte da outra, em três ordens.
6 - Depois fez um pórtico de colunas de cinqüenta côvados de comprimento e de trinta côvados de largura; e o pórtico estava defronte delas, e as colunas com as grossas vigas defronte delas.
7 - Também fez o pórtico para o trono onde julgava, isto é, o pórtico do juízo, que estava revestido de cedro de soalho a soalho.
8 - E em sua casa, em que morava, havia outro pátio, por dentro do pórtico, de obra semelhante à deste; também para a filha de Faraó, que Salomão tomara por mulher, fez uma casa semelhante àquele pórtico.
9 - Todas estas coisas eram de pedras de grande valor, cortadas à medida, serradas à serra por dentro e por fora; e isto desde o fundamento até às beiras do teto, e por fora até ao grande pátio.
10 - Também estava fundado sobre pedras finas, pedras grandes; sobre pedras de dez côvados e pedras de oito côvados.
11 - E em cima delas pedras de grande valor, lavradas segundo as medidas, e madeira de cedro.
12 - Havia três ordens de pedras lavradas, com uma ordem de vigas de cedro; assim era também o pátio interior da casa do Senhor e o pórtico daquela casa.
13 - E enviou o rei Salomão um mensageiro e mandou trazer a Hirão de Tiro.
14 - Era ele filho de uma mulher viúva, da tribo de Naftali, e fora seu pai um homem de Tiro, que trabalhava em cobre; e era cheio de sabedoria, e de entendimento, e de ciência para fazer toda a obra de cobre; este veio ao rei Salomão, e fez toda a sua obra.
15 - E formou duas colunas de cobre; a altura de cada coluna era de dezoito côvados, e um fio de doze côvados cercava cada uma das colunas.
16 - Também fez dois capitéis de fundição de cobre para pôr sobre as cabeças das colunas; de cinco côvados era a altura de um capitel, e de cinco côvados a altura do outro capitel.
17 - As redes eram de malhas, as ligas de obra de cadeia para os capitéis que estavam sobre a cabeça das colunas, sete para um capitel e sete para o outro capitel.
18 - Assim fez as colunas, juntamente com duas fileiras em redor sobre uma rede, para cobrir os capitéis que estavam sobre a cabeça das romãs, assim também fez com o outro capitel.
19 - E os capitéis que estavam sobre a cabeça das colunas eram de obra de lírios no pórtico, de quatro côvados.
20 - Os capitéis, pois, sobre as duas colunas estavam também defronte, em cima da parte globular que estava junto à rede; e duzentas romãs, em fileiras em redor, estavam também sobre o outro capitel.
21 - Depois levantou as colunas no pórtico do templo; e levantando a coluna direita, pôs-lhe o nome de Jaquim; e levantando a coluna esquerda, pôs-lhe o nome de Boaz.
22 - E sobre a cabeça das colunas estava a obra de lírios; e assim se acabou a obra das colunas.
23 - Fez mais o mar de fundição, de dez côvados de uma borda até à outra borda, perfeitamente redondo, e de cinco côvados de alto; e um cordão de trinta côvados o cingia em redor.
24 - E por baixo da sua borda em redor havia botões que o cingiam; por dez côvados cercavam aquele mar em redor; duas ordens destes botões foram fundidas quando o mar foi fundido.
25 - E firmava-se sobre doze bois, três que olhavam para o norte, e três que olhavam para o ocidente, e três que olhavam para o sul, e três que olhavam para o oriente; e o mar estava em cima deles, e todas as suas partes posteriores para o lado de dentro.
26 - E a grossura era de um palmo, e a sua borda era como a de um copo, como de flor de lírios; ele levava dois mil batos.
27 - Fez também as dez bases de cobre; o comprimento de uma base de quatro côvados, e de quatro côvados a sua largura, e três côvados a sua altura.
28 - E esta era a obra das bases; tinham cintas, e as cintas estavam entre as molduras.
29 - E sobre as cintas que estavam entre as molduras havia leões, bois, e querubins, e sobre as molduras uma base por cima; e debaixo dos leões e dos bois junturas de obra estendida.
30 - E uma base tinha quatro rodas de metal, e lâminas de cobre; e os seus quatro cantos tinham suportes; debaixo da pia estavam estes suportes fundidos, do lado de cada uma das junturas.
31 - E a boca da pia estava dentro da coroa, e de um côvado por cima; e era a sua boca redonda segundo a obra da base, de côvado e meio; e também sobre a sua boca havia entalhes, e as suas cintas eram quadradas, não redondas.
32 - E as quatro rodas estavam debaixo das cintas, e os eixos das rodas na base; e era a altura de cada roda de côvado e meio.
33 - E era a obra das rodas como a obra da roda de carro; seus eixos, e suas cambas e seus cubos, e seus raios, todos eram fundidos.
34 - E havia quatro suportes aos quatro cantos de cada base; seus suportes saíam da base.
35 - E no alto de cada base havia uma peça redonda de meio côvado de altura; também sobre o alto de cada base havia asas e cintas, que saíam delas.
36 - E nas placas de seus esteios e nas suas cintas lavrou querubins, leões, e palmas, segundo o espaço de cada uma, e outros adornos em redor.
37 - Conforme a esta fez as dez bases; todas tinham uma mesma fundição, uma mesma medida, e um mesmo entalhe.
38 - Também fez dez pias de cobre; em cada pia cabiam quarenta batos, e cada pia era de quatro côvados, e sobre cada uma das dez bases estava uma pia.
39 - E pôs cinco bases à direita da casa, e cinco à esquerda da casa; porém o mar pôs ao lado direito da casa para o lado do oriente, da parte do sul.
40 - Depois fez Hirão as pias, e as pás, e as bacias; e acabou Hirão de fazer toda a obra que fez para o rei Salomão, para a casa do Senhor.
41 - A saber: as duas colunas, e os globos dos capitéis que estavam sobre a cabeça das duas colunas; e as duas redes, para cobrir os dois globos dos capitéis que estavam sobre a cabeça das colunas.
42 - E as quatrocentas romãs para as duas redes, a saber: duas carreiras de romãs para cada rede, para cobrirem os dois globos dos capitéis que estavam em cima das colunas.
43 - Juntamente com as dez bases, e as dez pias sobre as bases;
44 - Como também um mar, e os doze bois debaixo daquele mar;
45 - E os caldeirões, e as pás, e as bacias, e todos estes objetos que fez Hirão para o rei Salomão, para a casa do Senhor, todos eram de cobre polido.
46 - Na planície do Jordão, o rei os fundiu em terra barrenta; entre Sucote e Zaretã.
47 - E deixou Salomão de pesar todos os objetos, pelo seu excessivo número; nem se averiguou o peso do cobre.
48 - Também fez Salomão todos os objetos que convinham à casa do Senhor; o altar de ouro, e a mesa de ouro, sobre a qual estavam os pães da proposição.
49 - E os castiçais, cinco à direita e cinco à esquerda, diante do oráculo, de ouro finíssimo; e as flores, e as lâmpadas, e os espevitadores, também de ouro.
50 - Como também os vasos, e os apagadores, e as bacias, e as colheres, e os perfumadores, de ouro finíssimo; e as dobradiças para as portas da casa interior para o lugar santíssimo, e as das portas da casa do templo, também de ouro.
51 - Assim se acabou toda a obra que fez o rei Salomão para a casa do Senhor; então trouxe Salomão as coisas que seu pai Davi havia consagrado; a prata, e o ouro, e os objetos pôs entre os tesouros da casa do Senhor.
Capítulo - 8
1 - Então congregou Salomão os anciãos de Israel, e todos os cabeças das tribos, os chefes dos pais dos filhos de Israel, diante de si em Jerusalém; para fazerem subir a arca da aliança do SENHOR da cidade de Davi, que é Sião.
2 - E todos os homens de Israel se congregaram ao rei Salomão, na ocasião da festa, no mês de Etanim, que é o sétimo mês.
3 - E vieram todos os anciãos de Israel; e os sacerdotes alçaram a arca.
4 - E trouxeram a arca do Senhor para cima, e o tabernáculo da congregação, juntamente com todos os objetos sagrados que havia no tabernáculo; assim os trouxeram para cima os sacerdotes e os levitas.
5 - E o rei Salomão, e toda a congregação de Israel que se congregara a ele, estava com ele diante da arca, sacrificando ovelhas e vacas, que não se podiam contar nem numerar pela sua quantidade.
6 - Assim trouxeram os sacerdotes a arca da aliança do Senhor ao seu lugar, ao oráculo da casa, ao lugar santíssimo, até debaixo das asas dos querubins.
7 - Porque os querubins estendiam ambas as asas sobre o lugar da arca; e os querubins cobriam, por cima, a arca e os seus varais.
8 - E os varais sobressaíram tanto, que as pontas dos varais se viam desde o santuário diante do oráculo, porém de fora não se viam; e ficaram ali até ao dia de hoje.
9 - Na arca nada havia, senão só as duas tábuas de pedra, que Moisés ali pusera junto a Horebe, quando o Senhor fez a aliança com os filhos de Israel, saindo eles da terra do Egito.
10 - E sucedeu que, saindo os sacerdotes do santuário, uma nuvem encheu a casa do Senhor.
11 - E os sacerdotes não podiam permanecer em pé para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do Senhor enchera a casa do Senhor.
12 - Então falou Salomão: O Senhor disse que ele habitaria nas trevas.
13 - Certamente te edifiquei uma casa para morada, assento para a tua eterna habitação.
14 - Então virou o rei o seu rosto, e abençoou toda a congregação de Israel; e toda a congregação de Israel estava em pé.
15 - E disse: Bendito seja o Senhor Deus de Israel, que falou pela sua boca a Davi, meu pai, e pela sua mão o cumpriu, dizendo:
16 - Desde o dia em que eu tirei o meu povo Israel do Egito, não escolhi cidade alguma de todas as tribos de Israel, para edificar alguma casa para ali estabelecer o meu nome; porém escolhi a Davi, para que presidisse sobre o meu povo Israel.
17 - Também Davi, meu pai, propusera em seu coração o edificar casa ao nome do Senhor Deus de Israel.
18 - Porém o Senhor disse a Davi, meu pai: Porquanto propuseste no teu coração o edificar casa ao meu nome, bem fizeste em o propor no teu coração.
19 - Todavia tu não edificarás esta casa; porém teu filho, que sair de teus lombos, edificará esta casa ao meu nome.
20 - Assim confirmou o Senhor a sua palavra que falou; porque me levantei em lugar de Davi, meu pai, e me assentei no trono de Israel, como tem falado o Senhor; e edifiquei uma casa ao nome do Senhor Deus de Israel.
21 - E constituí ali lugar para a arca em que está a aliança do Senhor, a qual fez com nossos pais, quando os tirou da terra do Egito.
22 - E pôs-se Salomão diante do altar do Senhor, na presença de toda a congregação de Israel; e estendeu as suas mãos para os céus,
23 - E disse: Ó Senhor Deus de Israel, não há Deus como tu, em cima nos céus nem em baixo na terra; que guardas a aliança e a beneficência a teus servos que andam com todo o seu coração diante de ti.
24 - Que guardaste a teu servo Davi, meu pai, o que lhe disseras; porque com a tua boca o disseste, e com a tua mão o cumpriste, como neste dia se vê.
25 - Agora, pois, ó Senhor Deus de Israel, guarda a teu servo Davi, meu pai, o que lhe falaste, dizendo: Não te faltará sucessor diante de mim, que se assente no trono de Israel; somente que teus filhos guardem o seu caminho, para andarem diante de mim como tu andaste diante de mim.
26 - Agora também, ó Deus de Israel, cumpra-se a tua palavra que disseste a teu servo Davi, meu pai.
27 - Mas, na verdade, habitaria Deus na terra? Eis que os céus, e até o céu dos céus, não te poderiam conter, quanto menos esta casa que eu tenho edificado.
28 - Volve-te, pois, para a oração de teu servo, e para a sua súplica, ó Senhor meu Deus, para ouvires o clamor e a oração que o teu servo hoje faz diante de ti.
29 - Para que os teus olhos noite e dia estejam abertos sobre esta casa, sobre este lugar, do qual disseste: O meu nome estará ali; para ouvires a oração que o teu servo fizer neste lugar.
30 - Ouve, pois, a súplica do teu servo, e do teu povo Israel, quando orarem neste lugar; também ouve tu no lugar da tua habitação nos céus; ouve também, e perdoa.
31 - Quando alguém pecar contra o seu próximo, e puserem sobre ele juramento de maldição, fazendo-o jurar, e vier juramento de maldição diante do teu altar nesta casa,
32 - Ouve tu, então, nos céus e age e julga a teus servos, condenando ao injusto, fazendo recair o seu proceder sobre a sua cabeça, e justificando ao justo, rendendo-lhe segundo a sua justiça.
33 - Quando o teu povo Israel for ferido diante do inimigo, por ter pecado contra ti, e se converterem a ti, e confessarem o teu nome, e orarem e suplicarem a ti nesta casa,
34 - Ouve tu então nos céus, e perdoa o pecado do teu povo Israel, e torna-o a levar à terra que tens dado a seus pais.
35 - Quando os céus se fechar, e não houver chuva, por terem pecado contra ti, e orarem neste lugar, e confessarem o teu nome, e se converterem dos seus pecados, havendo-os tu afligido,
36 - Ouve tu então nos céus, e perdoa o pecado de teus servos e do teu povo Israel, ensinando-lhes o bom caminho em que andem, e dá chuva na tua terra que deste ao teu povo em herança.
37 - Quando houver fome na terra, quando houver peste, quando houver queima de searas, ferrugem, gafanhotos ou pulgão, quando o seu inimigo o cercar na terra das suas portas, ou houver alguma praga ou doença,
38 - Toda a oração, toda a súplica, que qualquer homem de todo o teu povo Israel fizer, conhecendo cada um a chaga do seu coração, e estendendo as suas mãos para esta casa,
39 - Ouve tu então nos céus, assento da tua habitação, e perdoa, e age, e dá a cada um conforme a todos os seus caminhos, e segundo vires o seu coração, porque só tu conheces o coração de todos os filhos dos homens.
40 - Para que te temam todos os dias que viverem na terra que deste a nossos pais.
41 - E também ouve ao estrangeiro, que não for do teu povo Israel, quando vier de terras remotas, por amor do teu nome
42 - (Porque ouvirão do teu grande nome, e da tua forte mão, e do teu braço estendido), e vier orar voltado para esta casa,
43 - Ouve tu nos céus, assento da tua habitação, e faze conforme a tudo o que o estrangeiro a ti clamar, a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu nome, para te temerem como o teu povo Israel, e para saberem que o teu nome é invocado sobre esta casa que tenho edificado.
44 - Quando o teu povo sair à guerra contra o seu inimigo, pelo caminho por que os enviares, e orarem ao Senhor, para o lado desta cidade, que tu elegeste, e desta casa, que edifiquei ao teu nome,
45 - Ouve, então, nos céus a sua oração e a sua súplica, e faze-lhes justiça.
46 - Quando pecarem contra ti (pois não há homem que não peque), e tu te indignares contra eles, e os entregares às mãos do inimigo, de modo que os levem em cativeiro para a terra inimiga, quer longe ou perto esteja,
47 - E na terra aonde forem levados em cativeiro caírem em si, e se converterem, e na terra do seu cativeiro te suplicarem, dizendo: Pecamos, e perversamente procedemos, e cometemos iniqüidade,
48 - E se converterem a ti com todo o seu coração e com toda a sua alma, na terra de seus inimigos que os levarem em cativeiro, e orarem a ti para o lado da sua terra que deste a seus pais, para esta cidade que elegeste, e para esta casa que edifiquei ao teu nome;
49 - Ouve então nos céus, assento da tua habitação, a sua oração e a sua súplica, e faze-lhes justiça.
50 - E perdoa ao teu povo que houver pecado contra ti, todas as transgressões que houverem cometido contra ti; e dá-lhes misericórdia perante aqueles que os têm cativos, para que deles tenham compaixão.
51 - Porque são o teu povo e a tua herança que tiraste da terra do Egito, do meio do forno de ferro.
52 - Para que teus olhos estejam abertos à súplica do teu servo e à súplica do teu povo Israel, a fim de os ouvires em tudo quanto clamarem a ti.
53 - Pois tu para tua herança os elegeste de todos os povos da terra, como tens falado pelo ministério de Moisés, teu servo, quando tiraste a nossos pais do Egito, Senhor DEUS.
54 - Sucedeu, pois, que, acabando Salomão de fazer ao Senhor esta oração e esta súplica, estando de joelhos e com as mãos estendidas para os céus, se levantou de diante do altar do Senhor.
55 - E pôs-se em pé, e abençoou a toda a congregação de Israel em alta voz, dizendo:
56 - Bendito seja o Senhor, que deu repouso ao seu povo Israel, segundo tudo o que disse; nem uma só palavra caiu de todas as suas boas palavras que falou pelo ministério de Moisés, seu servo.
57 - O Senhor nosso Deus seja conosco, como foi com nossos pais; não nos desampare, e não nos deixe.
58 - Inclinando a si o nosso coração, para andar em todos os seus caminhos, e para guardar os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos que ordenou a nossos pais.
59 - E que estas minhas palavras, com que supliquei perante o Senhor, estejam perto, diante do Senhor nosso Deus, de dia e de noite, para que execute o juízo do seu servo e o juízo do seu povo Israel, a cada qual no seu dia.
60 - Para que todos os povos da terra saibam que o Senhor é Deus, e que não há outro.
61 - E seja o vosso coração inteiro para com o Senhor nosso Deus, para andardes nos seus estatutos, e guardardes os seus mandamentos como hoje.
62 - E o rei e todo o Israel com ele ofereceram sacrifícios perante a face do Senhor.
63 - E deu Salomão para o sacrifício pacífico que ofereceu ao Senhor, vinte e duas mil vacas e cento e vinte mil ovelhas; assim o rei e todos os filhos de Israel consagraram a casa do Senhor.
64 - No mesmo dia santificou o rei o meio do átrio que estava diante da casa do Senhor; porquanto ali preparara os holocaustos e as ofertas com a gordura dos sacrifícios pacíficos; porque o altar de cobre que estava diante da face do Senhor era muito pequeno para nele caberem os holocaustos e as ofertas, e a gordura dos sacrifícios pacíficos.
65 - No mesmo tempo celebrou Salomão a festa, e todo o Israel com ele, uma grande congregação, desde a entrada de Hamate até ao rio do Egito, perante a face do Senhor nosso Deus; por sete dias, e mais sete dias; catorze dias.
66 - E no oitavo dia despediu o povo, e eles abençoaram o rei; então se foram às suas tendas, alegres e felizes de coração, por causa de todo o bem que o Senhor fizera a Davi seu servo, e a Israel seu povo.
Capítulo - 9
1 - Sucedeu, pois, que, acabando Salomão de edificar a casa do SENHOR, e a casa do rei, e todo o desejo de Salomão, que lhe veio à vontade fazer,
2 - O Senhor tornou a aparecer a Salomão; como lhe tinha aparecido em Gibeom.
3 - E o Senhor lhe disse: Ouvi a tua oração, e a súplica que fizeste perante mim; santifiquei a casa que edificaste, a fim de pôr ali o meu nome para sempre; e os meus olhos e o meu coração estarão ali todos os dias.
4 - E se tu andares perante mim como andou Davi, teu pai, com inteireza de coração e com sinceridade, para fazeres segundo tudo o que te mandei, e guardares os meus estatutos e os meus juízos,
5 - Então confirmarei o trono de teu reino sobre Israel para sempre; como falei acerca de teu pai Davi, dizendo: Não te faltará sucessor sobre o trono de Israel;
6 - Porém, se vós e vossos filhos de qualquer maneira vos apartardes de mim, e não guardardes os meus mandamentos, e os meus estatutos, que vos tenho proposto, mas fordes, e servirdes a outros deuses, e vos prostrardes perante eles,
7 - Então destruirei a Israel da terra que lhes dei; e a esta casa, que santifiquei a meu nome, lançarei longe da minha presença; e Israel será por provérbio e motejo, entre todos os povos.
8 - E desta casa, que é tão exaltada, todo aquele que por ela passar pasmará, e assobiará, e dirá: Por que fez o Senhor assim a esta terra e a esta casa?
9 - E dirão: Porque deixaram ao Senhor seu Deus, que tirou da terra do Egito a seus pais, e se apegaram a deuses alheios, e se encurvaram perante eles, e os serviram; por isso trouxe o Senhor sobre eles todo este mal.
10 - E sucedeu, ao fim de vinte anos, que Salomão edificara as duas casas; a casa do Senhor e a casa do rei
11 - (Para o que Hirão, rei de Tiro, trouxera a Salomão madeira de cedro e de cipreste, e ouro, segundo todo o seu desejo); então deu o rei Salomão a Hirão vinte cidades na terra da Galiléia.
12 - E saiu Hirão de Tiro a ver as cidades que Salomão lhe dera, porém não foram boas aos seus olhos.
13 - Por isso disse: Que cidades são estas que me deste, irmão meu? E chamaram-nas: Terra de Cabul, até hoje.
14 - E enviara Hirão ao rei cento e vinte talentos de ouro.
15 - E esta é a causa do tributo que impôs o rei Salomão, para edificar a casa do Senhor e a sua casa, e Milo, e o muro de Jerusalém, como também a Hasor, e a Megido, e a Gezer.
16 - Porque Faraó, rei do Egito, subiu e tomou a Gezer, e a queimou a fogo, e matou os cananeus que moravam na cidade, e a deu em dote à sua filha, mulher de Salomão.
17 - Assim edificou Salomão a Gezer, e Bete-Horom, a baixa,
18 - E a Baalate, e a Tadmor, no deserto daquela terra,
19 - E a todas as cidades de provisões que Salomão tinha, e as cidades dos carros, e as cidades dos cavaleiros, e tudo o que Salomão quis edificar em Jerusalém, e no Líbano, e em toda a terra do seu domínio.
20 - Quanto a todo o povo que restou dos amorreus, heteus, perizeus, heveus, e jebuseus, e que não eram dos filhos de Israel,
21 - A seus filhos, que restaram depois deles na terra, os quais os filhos de Israel não puderam destruir totalmente, Salomão os reduziu a tributo servil, até hoje.
22 - Porém dos filhos de Israel não fez Salomão servo algum; porém eram homens de guerra, e seus criados, e seus príncipes, e seus capitães, e chefes dos seus carros e dos seus cavaleiros.
23 - Estes eram os chefes dos oficiais que estavam sobre a obra de Salomão, quinhentos e cinqüenta, que davam ordens ao povo que trabalhava na obra.
24 - Subiu, porém, a filha de Faraó da cidade de Davi, à sua casa, que Salomão lhe edificara; então edificou a Milo.
25 - E oferecia Salomão três vezes cada ano holocaustos e sacrifícios pacíficos sobre o altar que edificaram ao Senhor, e queimava incenso sobre o que estava perante o Senhor; e assim acabou a casa.
26 - Também o rei Salomão fez naus em Eziom-Geber, que está junto a Elate, à praia do mar de Sufe, na terra de Edom.
27 - E mandou Hirão com aquelas naus a seus servos, marinheiros, que sabiam do mar, com os servos de Salomão.
28 - E vieram a Ofir, e tomaram de lá quatrocentos e vinte talentos de ouro, e os trouxeram ao rei Salomão.
Capítulo - 10
1 - E ouvindo a rainha de Sabá a fama de Salomão, acerca do nome do SENHOR, veio prová-lo com questões difíceis.
2 - E chegou a Jerusalém com uma grande comitiva; com camelos carregados de especiarias, e muitíssimo ouro, e pedras preciosas; e foi a Salomão, e disse-lhe tudo quanto tinha no seu coração.
3 - E Salomão lhe deu resposta a todas as suas perguntas, nada houve que não lhe pudesse esclarecer.
4 - Vendo, pois, a rainha de Sabá toda a sabedoria de Salomão, e a casa que edificara,
5 - E a comida da sua mesa, e o assentar de seus servos, e o estar de seus criados, e as vestes deles, e os seus copeiros, e os holocaustos que ele oferecia na casa do Senhor, ficou fora de si.
6 - E disse ao rei: Era verdade a palavra que ouvi na minha terra, dos teus feitos e da tua sabedoria.
7 - E eu não cria naquelas palavras, até que vim e os meus olhos o viram; eis que não me disseram metade; sobrepujaste em sabedoria e bens a fama que ouvi.
8 - Bem-aventurados os teus homens, bem-aventurados estes teus servos, que estão sempre diante de ti, que ouvem a tua sabedoria!
9 - Bendito seja o Senhor teu Deus, que teve agrado em ti, para te pôr no trono de Israel; porque o Senhor ama a Israel para sempre, por isso te estabeleceu rei, para fazeres juízo e justiça.
10 - E deu ao rei cento e vinte talentos de ouro, e muitíssimas especiarias, e pedras preciosas; nunca veio especiaria em tanta abundância, como a que a rainha de Sabá deu ao rei Salomão.
11 - Também as naus de Hirão, que de Ofir levavam ouro, traziam de Ofir muita madeira de almugue, e pedras preciosas.
12 - E desta madeira de almugue fez o rei balaústres para a casa do Senhor, e para a casa do rei, como também harpas e alaúdes para os cantores; nunca veio tal madeira de almugue, nem se viu até o dia de hoje.
13 - E o rei Salomão deu à rainha de Sabá tudo o que ela desejou, tudo quanto pediu, além do que dera por sua generosidade; então voltou e partiu para a sua terra, ela e os seus servos.
14 - E o peso do ouro que se trazia a Salomão cada ano era de seiscentos e sessenta e seis talentos de ouro;
15 - Além do que entrava dos negociantes, e do contrato dos especieiros, e de todos os reis da Arábia, e dos governadores da mesma terra.
16 - Também o rei Salomão fez duzentos paveses de ouro batido; seiscentos siclos de ouro destinou para cada pavês;
17 - Fez também trezentos escudos de ouro batido; três arráteis de ouro destinou para cada escudo; e o rei os pôs na casa do bosque do Líbano.
18 - Fez mais o rei um grande trono de marfim, e o revestiu de ouro puríssimo.
19 - Tinha este trono seis degraus, e era o alto do trono por detrás redondo, e de ambos os lados tinha encostos até ao assento; e dois leões, em pé, juntos aos encostos.
20 - Também doze leões estavam ali sobre os seis degraus de ambos os lados; nunca se tinha feito obra semelhante em nenhum dos reinos.
21 - Também todas as taças de beber do rei Salomão eram de ouro, e todos os vasos da casa do bosque do Líbano eram de ouro puro; não havia neles prata, porque nos dias de Salomão não tinha valor algum.
22 - Porque o rei tinha no mar as naus de Társis, com as naus de Hirão; uma vez em três anos tornavam as naus de Társis, e traziam ouro e prata, marfim, e bugios, e pavões.
23 - Assim o rei Salomão excedeu a todos os reis da terra, tanto em riquezas como em sabedoria.
24 - E toda a terra buscava a face de Salomão, para ouvir a sabedoria que Deus tinha posto no seu coração.
25 - E cada um trazia o seu presente, vasos de prata e vasos de ouro, e roupas, e armaduras, e especiarias, cavalos e mulas; isso faziam de ano em ano.
26 - Também ajuntou Salomão carros e cavaleiros, de sorte que tinha mil e quatrocentos carros e doze mil cavaleiros; e os levou às cidades dos carros, e junto ao rei em Jerusalém.
27 - E fez o rei que em Jerusalém houvesse prata como pedras; e cedros em abundância como sicômoros que estão nas planícies.
28 - E traziam do Egito, para Salomão, cavalos e fio de linho; e os mercadores do rei recebiam o fio de linho, por um certo preço.
29 - E subia e saía um carro do Egito por seiscentos siclos de prata, e um cavalo por cento e cinqüenta; e assim, por meio deles, eram exportados para todos os reis dos heteus e para os reis da Síria.
Capítulo - 11
1 - E o rei Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, além da filha de Faraó: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias,
2 - Das nações de que o Senhor tinha falado aos filhos de Israel: Não chegareis a elas, e elas não chegarão a vós; de outra maneira perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se uniu Salomão com amor.
3 - E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração.
4 - Porque sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com o Senhor seu Deus, como o coração de Davi, seu pai,
5 - Porque Salomão seguiu a Astarote, deusa dos sidônios, e Milcom, a abominação dos amonitas.
6 - Assim fez Salomão o que parecia mal aos olhos do Senhor; e não perseverou em seguir ao Senhor, como Davi, seu pai.
7 - Então edificou Salomão um alto a Quemós, a abominação dos moabitas, sobre o monte que está diante de Jerusalém, e a Moloque, a abominação dos filhos de Amom.
8 - E assim fez para com todas as suas mulheres estrangeiras, as quais queimavam incenso e sacrificavam a seus deuses.
9 - Pelo que o Senhor se indignou contra Salomão; porquanto desviara o seu coração do Senhor Deus de Israel, o qual duas vezes lhe aparecera.
10 - E acerca deste assunto lhe tinha dado ordem que não seguisse a outros deuses; porém não guardou o que o Senhor lhe ordenara.
11 - Assim disse o Senhor a Salomão: Pois que houve isto em ti, que não guardaste a minha aliança e os meus estatutos que te mandei, certamente rasgarei de ti este reino, e o darei a teu servo.
12 - Todavia nos teus dias não o farei, por amor de Davi, teu pai; da mão de teu filho o rasgarei;
13 - Porém todo o reino não rasgarei; uma tribo darei a teu filho, por amor de meu servo Davi, e por amor a Jerusalém, que tenho escolhido.
14 - Levantou, pois, o Senhor contra Salomão um adversário, Hadade, o edomeu; ele era da descendência do rei em Edom.
15 - Porque sucedeu que, estando Davi em Edom, e subindo Joabe, o capitão do exército, a enterrar os mortos, feriu a todo o homem em Edom
16 - (Porque Joabe ficou ali seis meses com todo o Israel, até que destruiu a todo o homem em Edom).
17 - Hadade, porém, fugiu, ele e alguns homens edomeus, dos servos de seu pai, com ele, para ir ao Egito; era, porém, Hadade muito jovem.
18 - E levantaram-se de Midiã, e foram a Parã, e tomaram consigo homens de Parã, e foram ao Egito ter com Faraó, rei do Egito, o qual lhe deu uma casa, e lhe prometeu sustento, e lhe deu uma terra.
19 - E achou Hadade grande graça diante de Faraó, de maneira que lhe deu por mulher a irmã de sua mulher, a irmã de Tafnes, a rainha.
20 - E a irmã de Tafnes deu-lhe um filho, Genubate, o qual Tafnes criou na casa de Faraó; e Genubate estava na casa de Faraó, entre os filhos de Faraó.
21 - Ouvindo, pois, Hadade, no Egito, que Davi adormecera com seus pais, e que Joabe, capitão do exército, era morto, disse Hadade a Faraó: Despede-me, para que vá à minha terra.
22 - Porém Faraó lhe disse: Pois que te falta comigo, que procuras partir para a tua terra? E disse ele: Nada, mas todavia despede-me.
23 - Também Deus lhe levantou outro adversário, a Rezom, filho de Eliada, que tinha fugido de seu senhor Hadadezer, rei de Zobá,
24 - Contra quem também ajuntou homens, e foi capitão de um esquadrão, quando Davi os matou; e, indo-se para Damasco, habitaram ali, e reinaram em Damasco.
25 - E foi adversário de Israel, por todos os dias de Salomão, e isto além do mal que Hadade fazia; porque detestava a Israel, e reinava sobre a Síria.
26 - Até Jeroboão, filho de Nebate, efrateu, de Zereda, servo de Salomão (cuja mãe era mulher viúva, por nome Zerua), também levantou a mão contra o rei.
27 - E esta foi a causa por que levantou a mão contra o rei: Salomão tinha edificado a Milo, e cerrou as aberturas da cidade de Davi, seu pai.
28 - E o homem Jeroboão era forte e valente; e vendo Salomão a este jovem, que era laborioso, ele o pôs sobre todo o cargo da casa de José.
29 - Sucedeu, pois, naquele tempo que, saindo Jeroboão de Jerusalém, o profeta Aías, o silonita, o encontrou no caminho, e ele estava vestido com uma roupa nova, e os dois estavam sós no campo.
30 - E Aías pegou na roupa nova que tinha sobre si, e a rasgou em doze pedaços.
31 - E disse a Jeroboão: Toma para ti os dez pedaços, porque assim diz o Senhor Deus de Israel: Eis que rasgarei o reino da mão de Salomão, e a ti darei as dez tribos.
32 - Porém ele terá uma tribo, por amor de Davi, meu servo, e por amor de Jerusalém, a cidade que escolhi de todas as tribos de Israel.
33 - Porque me deixaram, e se encurvaram a Astarote, deusa dos sidônios, a Quemós, deus dos moabitas, e a Milcom, deus dos filhos de Amom; e não andaram pelos meus caminhos, para fazerem o que é reto aos meus olhos, a saber, os meus estatutos e os meus juízos, como Davi, seu pai.
34 - Porém não tomarei nada deste reino da sua mão; mas por príncipe o ponho por todos os dias da sua vida, por amor de Davi, meu servo, a quem escolhi, o qual guardou os meus mandamentos e os meus estatutos.
35 - Mas da mão de seu filho tomarei o reino, e darei a ti, as dez tribos dele.
36 - E a seu filho darei uma tribo; para que Davi, meu servo, sempre tenha uma lâmpada diante de mim em Jerusalém, a cidade que escolhi para pôr ali o meu nome.
37 - E te tomarei, e reinarás sobre tudo o que desejar a tua alma; e serás rei sobre Israel.
38 - E há de ser que, se ouvires tudo o que eu te mandar, e andares pelos meus caminhos, e fizeres o que é reto aos meus olhos, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como fez Davi, meu servo, eu serei contigo, e te edificarei uma casa firme, como edifiquei a Davi, e te darei Israel.
39 - E por isso afligirei a descendência de Davi; todavia não para sempre.
40 - Assim Salomão procurou matar Jeroboão; porém Jeroboão se levantou, e fugiu para o Egito, a ter com Sisaque, rei do Egito; e esteve no Egito até que Salomão morreu.
41 - Quanto ao mais dos atos de Salomão, e a tudo quanto fez, e à sua sabedoria, porventura não está escrito no livro dos feitos de Salomão?
42 - E o tempo que reinou Salomão, em Jerusalém, sobre todo o Israel foi quarenta anos.
43 - E adormeceu Salomão com seus pais, e foi sepultado na cidade de Davi, seu pai; e Roboão, seu filho, reinou em seu lugar.
Capítulo - 12
1 - E foi Roboão para Siquém; porque todo o Israel se reuniu em Siquém, para o fazerem rei.
2 - Sucedeu que, Jeroboão, filho de Nebate, achando-se ainda no Egito, para onde fugira de diante do rei Salomão, voltou do Egito,
3 - Porque mandaram chamá-lo; veio, pois, Jeroboão e toda a congregação de Israel, e falaram a Roboão, dizendo:
4 - Teu pai agravou o nosso jugo; agora, pois, alivia tu a dura servidão de teu pai, e o pesado jugo que nos impôs, e nós te serviremos.
5 - E ele lhes disse: Ide-vos até ao terceiro dia, e então voltai a mim. E o povo se foi.
6 - E teve o rei Roboão conselho com os anciãos que estiveram na presença de Salomão, seu pai, quando este ainda vivia, dizendo: Como aconselhais vós que se responda a este povo?
7 - E eles lhe falaram, dizendo: Se hoje fores servo deste povo, e o servires, e respondendo-lhe, lhe falares boas palavras, todos os dias serão teus servos.
8 - Porém ele deixou o conselho que os anciãos lhe tinham dado, e teve conselho com os jovens que haviam crescido com ele, que estavam diante dele.
9 - E disse-lhes: Que aconselhais vós que respondamos a este povo, que me falou, dizendo: Alivia o jugo que teu pai nos impôs?
10 - E os jovens que haviam crescido com ele lhe falaram: Assim dirás a este povo que te falou: Teu pai fez pesadíssimo o nosso jugo, mas tu o alivia de sobre nós; assim lhe falarás: Meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos de meu pai.
11 - Assim que, se meu pai vos carregou de um jugo pesado, ainda eu aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões.
12 - Veio, pois, Jeroboão e todo o povo, ao terceiro dia, a Roboão, como o rei havia ordenado, dizendo: Voltai a mim ao terceiro dia.
13 - E o rei respondeu ao povo duramente; porque deixara o conselho que os anciãos lhe haviam dado.
14 - E lhe falou conforme ao conselho dos jovens, dizendo: Meu pai agravou o vosso jugo, porém eu ainda aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões.
15 - O rei, pois, não deu ouvidos ao povo; porque esta revolta vinha do Senhor, para confirmar a palavra que o Senhor tinha falado pelo ministério de Aías, o silonita, a Jeroboão, filho de Nebate.
16 - Vendo, pois, todo o Israel que o rei não lhe dava ouvidos, tornou-lhe o povo a responder, dizendo: Que parte temos nós com Davi? Não há para nós herança no filho de Jessé. Às tuas tendas, ó Israel! Provê agora a tua casa, ó Davi. Então Israel se foi às suas tendas.
17 - No tocante, porém, aos filhos de Israel que habitavam nas cidades de Judá, também sobre eles reinou Roboão.
18 - Então o rei Roboão enviou a Adorão, que estava sobre os tributos; e todo o Israel o apedrejou, e ele morreu; mas o rei Roboão se animou a subir ao carro para fugir para Jerusalém.
19 - Assim se rebelaram os israelitas contra a casa de Davi, até ao dia de hoje.
20 - E sucedeu que, ouvindo todo o Israel que Jeroboão tinha voltado, enviaram, e o chamaram para a congregação, e o fizeram rei sobre todo o Israel; e ninguém seguiu a casa de Davi senão somente a tribo de Judá.
21 - Vindo, pois, Roboão a Jerusalém, reuniu toda a casa de Judá e a tribo de Benjamim, cento e oitenta mil escolhidos, destros para a guerra, para pelejar contra a casa de Israel, para restituir o reino a Roboão, filho de Salomão.
22 - Porém veio a palavra de Deus a Semaías, homem de Deus, dizendo:
23 - Fala a Roboão, filho de Salomão, rei de Judá, e a toda a casa de Judá, e a Benjamim, e ao restante do povo, dizendo:
24 - Assim diz o Senhor: Não subireis nem pelejareis contra vossos irmãos, os filhos de Israel; volte cada um para a sua casa, porque eu é que fiz esta obra. E ouviram a palavra do Senhor, e voltaram segundo a palavra do Senhor.
25 - E Jeroboão edificou a Siquém, no monte de Efraim, e habitou ali; e saiu dali, e edificou a Penuel.
26 - E disse Jeroboão no seu coração: Agora tornará o reino à casa de Davi.
27 - Se este povo subir para fazer sacrifícios na casa do SENHOR, em Jerusalém, o coração deste povo se tornará a seu senhor, a Roboão, rei de Judá; e me matarão, e tornarão a Roboão, rei de Judá.
28 - Assim o rei tomou conselho, e fez dois bezerros de ouro; e lhes disse: Muito trabalho vos será o subir a Jerusalém; vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito.
29 - E pôs um em Betel, e colocou o outro em Dã.
30 - E este feito se tornou em pecado; pois que o povo ia até Dã para adorar o bezerro.
31 - Também fez casa nos altos; e constituiu sacerdotes dos mais baixos do povo, que não eram dos filhos de Levi.
32 - E fez Jeroboão uma festa no oitavo mês, no dia décimo quinto do mês, como a festa que se fazia em Judá, e sacrificou no altar; semelhantemente fez em Betel, sacrificando aos bezerros que fizera; também em Betel estabeleceu sacerdotes dos altos que fizera.
33 - E sacrificou no altar que fizera em Betel, no dia décimo quinto do oitavo mês, que ele tinha imaginado no seu coração; assim fez a festa aos filhos de Israel, e sacrificou no altar, queimando incenso.
Capítulo - 13
1 - E eis que, por ordem do SENHOR, veio, de Judá a Betel, um homem de Deus; e Jeroboão estava junto ao altar, para queimar incenso.
2 - E ele clamou contra o altar por ordem do Senhor, e disse: Altar, altar! Assim diz o Senhor: Eis que um filho nascerá à casa de Davi, cujo nome será Josias, o qual sacrificará sobre ti os sacerdotes dos altos que sobre ti queimam incenso, e ossos de homens se queimarão sobre ti.
3 - E deu, naquele mesmo dia, um sinal, dizendo: Este é o sinal de que o Senhor falou: Eis que o altar se fenderá, e a cinza, que nele está, se derramará.
4 - Sucedeu, pois, que, ouvindo o rei a palavra do homem de Deus, que clamara contra o altar de Betel, Jeroboão estendeu a sua mão de sobre o altar, dizendo: Pegai-o! Mas a sua mão, que estendera contra ele, se secou, e não podia tornar a trazê-la a si.
5 - E o altar se fendeu, e a cinza se derramou do altar, segundo o sinal que o homem de Deus apontara por ordem do Senhor.
6 - Então respondeu o rei, e disse ao homem de Deus: Suplica ao Senhor teu Deus, e roga por mim, para que se me restitua a minha mão. Então o homem de Deus suplicou ao Senhor, e a mão do rei se lhe restituiu, e ficou como dantes.
7 - E o rei disse ao homem de Deus: Vem comigo para casa, e conforta-te; e dar-te-ei um presente.
8 - Porém o homem de Deus disse ao rei: Ainda que me desses metade da tua casa, não iria contigo, nem comeria pão nem beberia água neste lugar.
9 - Porque assim me ordenou o Senhor pela sua palavra, dizendo: Não comerás pão nem beberás água; e não voltarás pelo caminho por onde vieste.
10 - Assim foi por outro caminho; e não voltou pelo caminho, por onde viera a Betel.
11 - E morava em Betel um velho profeta; e vieram seus filhos, e contaram-lhe tudo o que o homem de Deus fizera aquele dia em Betel, e as palavras que dissera ao rei; e as contaram a seu pai.
12 - E disse-lhes seu pai: Por que caminho se foi? E seus filhos lhe mostraram o caminho por onde fora o homem de Deus que viera de Judá.
13 - Então disse a seus filhos: Albardai-me um jumento. E albardaram-lhe o jumento no qual ele montou.
14 - E foi após o homem de Deus, e achou-o assentado debaixo de um carvalho, e disse-lhe: És tu o homem de Deus que vieste de Judá? E ele disse: Sou.
15 - Então lhe disse: Vem comigo à casa, e come pão.
16 - Porém ele disse: Não posso voltar contigo, nem entrarei contigo; nem tampouco comerei pão, nem beberei contigo água neste lugar.
17 - Porque me foi mandado pela palavra do Senhor: Ali não comerás pão, nem beberás água; nem voltarás pelo caminho por onde vieste.
18 - E ele lhe disse: Também eu sou profeta como tu, e um anjo me falou por ordem do Senhor, dizendo: Faze-o voltar contigo à tua casa, para que coma pão e beba água (porém mentiu-lhe).
19 - Assim voltou com ele, e comeu pão em sua casa e bebeu água.
20 - E sucedeu que, estando eles à mesa, a palavra do Senhor veio ao profeta que o tinha feito voltar.
21 - E clamou ao homem de Deus, que viera de Judá, dizendo: Assim diz o Senhor: Porquanto foste rebelde à ordem do Senhor, e não guardaste o mandamento que o Senhor teu Deus te mandara,
22 - Antes voltaste, e comeste pão e bebeste água no lugar de que o Senhor te dissera: Não comerás pão nem beberás água; o teu cadáver não entrará no sepulcro de teus pais.
23 - E sucedeu que, depois que comeu pão, e depois que bebeu, albardou ele o jumento para o profeta que fizera voltar.
24 - Este, pois, se foi, e um leão o encontrou no caminho, e o matou; e o seu cadáver ficou estendido no caminho, e o jumento estava parado junto a ele, e também o leão estava junto ao cadáver.
25 - E eis que alguns homens passaram, e viram o corpo lançado no caminho, como também o leão, que estava junto ao corpo; e foram, e o disseram na cidade onde o velho profeta habitava.
26 - E, ouvindo-o o profeta que o fizera voltar do caminho, disse: É o homem de Deus, que foi rebelde à ordem do Senhor; por isso o Senhor o entregou ao leão, que o despedaçou e matou, segundo a palavra que o Senhor lhe dissera.
27 - Então disse a seus filhos: Albardai-me o jumento. Eles o albardaram.
28 - Então foi, e achou o cadáver estendido no caminho, e o jumento e o leão, que estavam parados junto ao cadáver; e o leão não tinha devorado o corpo, nem tinha despedaçado o jumento.
29 - Então o profeta levantou o cadáver do homem de Deus, e pô-lo em cima do jumento levando-o consigo; assim veio o velho profeta à cidade, para o chorar e enterrar.
30 - E colocou o cadáver no seu próprio sepulcro; e prantearam-no, dizendo: Ah, irmão meu!
31 - E sucedeu que, depois de o haver sepultado, disse a seus filhos: Morrendo eu, sepultai-me no sepulcro em que o homem de Deus está sepultado; ponde os meus ossos junto aos ossos dele.
32 - Porque certamente se cumprirá o que pela palavra do Senhor exclamou contra o altar que está em Betel, como também contra todas as casas dos altos que estão nas cidades de Samaria.
33 - Nem depois destas coisas deixou Jeroboão o seu mau caminho; antes, de todo o povo, tornou a constituir sacerdotes dos lugares altos; e a qualquer que queria consagrava sacerdote dos lugares altos.
34 - E isso foi causa de pecado à casa de Jeroboão, para destruí-la e extingui-la da terra.
Capítulo - 14
1 - Naquele tempo adoeceu Abias, filho de Jeroboão.
2 - E disse Jeroboão à sua mulher: Levanta-te agora, e disfarça-te, para que não conheçam que és mulher de Jeroboão; e vai a Siló. Eis que lá está o profeta Aías, o qual falou de mim, que eu seria rei sobre este povo.
3 - E leva contigo dez pães, e bolos, e uma botija de mel, e vai a ele; ele te declarará o que há de suceder a este menino.
4 - E a mulher de Jeroboão assim fez, e se levantou, e foi a Siló, e entrou na casa de Aías; e já Aías não podia ver, porque os seus olhos estavam já escurecidos por causa da sua velhice.
5 - Porém o Senhor disse a Aías: Eis que a mulher de Jeroboão vem consultar-te sobre seu filho, porque está doente; assim e assim lhe falarás; porque há de ser que, entrando ela, fingirá ser outra.
6 - E sucedeu que, ouvindo Aías o ruído de seus pés, entrando ela pela porta, disse-lhe ele: Entra, mulher de Jeroboão; por que te disfarças assim? Pois eu sou enviado a ti com duras novas.
7 - Vai, dize a Jeroboão: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Porquanto te levantei do meio do povo, e te pus por príncipe sobre o meu povo de Israel,
8 - E rasguei o reino da casa de Davi, e o dei a ti, e tu não foste como o meu servo Davi, que guardou os meus mandamentos e que andou após mim com todo o seu coração para fazer somente o que era reto aos meus olhos,
9 - Antes tu fizeste o mal, pior do que todos os que foram antes de ti; e foste, e fizeste outros deuses e imagens de fundição, para provocar-me à ira, e me lançaste para trás das tuas costas;
10 - Portanto, eis que trarei mal sobre a casa de Jeroboão; destruirei de Jeroboão todo o homem até ao menino, tanto o escravo como o livre em Israel; e lançarei fora os descendentes da casa de Jeroboão, como se lança fora o esterco, até que de todo se acabe.
11 - Quem morrer dos de Jeroboão, na cidade, os cães o comerão, e o que morrer no campo as aves do céu o comerão, porque o Senhor o disse.
12 - Tu, pois, levanta-te, e vai para tua casa; entrando os teus pés na cidade, o menino morrerá.
13 - E todo o Israel o pranteará, e o sepultará; porque de Jeroboão só este entrará em sepultura, porquanto se achou nele coisa boa para com o Senhor Deus de Israel em casa de Jeroboão.
14 - O Senhor, porém, levantará para si um rei sobre Israel, que destruirá a casa de Jeroboão no mesmo dia. Que digo eu? Há de ser já.
15 - Também o Senhor ferirá a Israel como se agita a cana nas águas; e arrancará a Israel desta boa terra que tinha dado a seus pais, e o espalhará para além do rio; porquanto fizeram os seus ídolos, provocando o Senhor à ira.
16 - E entregará a Israel por causa dos pecados de Jeroboão, o qual pecou, e fez pecar a Israel.
17 - Então a mulher de Jeroboão se levantou, e foi, e chegou a Tirza; chegando ela ao limiar da porta, morreu o menino.
18 - E o sepultaram, e todo o Israel o pranteou, conforme a palavra do Senhor, a qual dissera pelo ministério de seu servo Aías, o profeta.
19 - Quanto ao mais dos atos de Jeroboão, como guerreou, e como reinou, eis que está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel.
20 - E foram os dias que Jeroboão reinou vinte e dois anos; e dormiu com seus pais; e Nadabe, seu filho, reinou em seu lugar.
21 - E Roboão, filho de Salomão, reinava em Judá; de quarenta e um anos de idade era Roboão quando começou a reinar, e dezessete anos reinou em Jerusalém, na cidade que o Senhor escolhera de todas as tribos de Israel para pôr ali o seu nome; e era o nome de sua mãe Naamá, amonita.
22 - E fez Judá o que era mau aos olhos do Senhor; e com os seus pecados que cometeram, provocaram-no a zelos, mais do que todos os seus pais fizeram.
23 - Porque também eles edificaram altos, e estátuas, e imagens de Aserá sobre todo o alto outeiro e debaixo de toda a árvore verde.
24 - Havia também sodomitas na terra; fizeram conforme a todas as abominações dos povos que o Senhor tinha expulsado de diante dos filhos de Israel.
25 - Ora, sucedeu que, no quinto ano do rei Roboão, Sisaque, rei do Egito, subiu contra Jerusalém,
26 - E tomou os tesouros da casa do Senhor e os tesouros da casa do rei; e levou tudo. Também tomou todos os escudos de ouro que Salomão tinha feito.
27 - E em lugar deles fez o rei Roboão escudos de cobre, e os entregou nas mãos dos chefes da guarda que guardavam a porta da casa do rei.
28 - E todas as vezes que o rei entrava na casa do Senhor, os da guarda os levavam, e depois os tornavam à câmara da guarda.
29 - Quanto ao mais dos atos de Roboão, e a tudo quanto fez, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá?
30 - E houve guerra entre Roboão e Jeroboão todos os seus dias.
31 - E Roboão dormiu com seus pais, e foi sepultado com seus pais na cidade de Davi; e era o nome de sua mãe Naamá, amonita; e Abias, seu filho, reinou em seu lugar.
Capítulo - 15
1 - E no décimo oitavo ano do rei Jeroboão, filho de Nebate, Abias começou a reinar sobre Judá.
2 - E reinou três anos em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Maaca, filha de Absalão.
3 - E andou em todos os pecados que seu pai tinha cometido antes dele; e seu coração não foi perfeito para com o Senhor seu Deus como o coração de Davi, seu pai.
4 - Mas por amor de Davi o Senhor seu Deus lhe deu uma lâmpada em Jerusalém, levantando a seu filho depois dele, e confirmando a Jerusalém.
5 - Porquanto Davi tinha feito o que era reto aos olhos do Senhor, e não se tinha desviado de tudo quanto lhe ordenara em todos os dias da sua vida, senão só no negócio de Urias, o heteu.
6 - E houve guerra entre Roboão e Jeroboão todos os dias da sua vida.
7 - Quanto ao mais dos atos de Abias, e a tudo quanto fez, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá? Também houve guerra entre Abias e Jeroboão.
8 - E Abias dormiu com seus pais, e o sepultaram na cidade de Davi; e Asa, seu filho, reinou em seu lugar.
9 - E no vigésimo ano de Jeroboão, rei de Israel, começou Asa a reinar em Judá.
10 - E quarenta e um anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Maaca, filha de Absalão.
11 - E Asa fez o que era reto aos olhos do Senhor, como Davi seu pai.
12 - Porque tirou da terra os sodomitas, e removeu todos os ídolos que seus pais fizeram.
13 - E até a Maaca, sua mãe, removeu para que não fosse rainha, porquanto tinha feito um horrível ídolo a Aserá; também Asa desfez o seu ídolo horrível, e o queimou junto ao ribeiro de Cedrom.
14 - Os altos, porém, não foram tirados; todavia foi o coração de Asa reto para com o Senhor todos os seus dias.
15 - E à casa do Senhor trouxe as coisas consagradas por seu pai, e as coisas que ele mesmo consagrara; prata, ouro e vasos.
16 - E houve guerra entre Asa e Baasa, rei de Israel, todos os seus dias.
17 - Porque Baasa, rei de Israel, subiu contra Judá, e edificou a Ramá, para que a ninguém fosse permitido sair, nem entrar a ter com Asa, rei de Judá.
18 - Então Asa tomou toda a prata e ouro que ficaram nos tesouros da casa do Senhor, e os tesouros da casa do rei, e os entregou nas mãos de seus servos; e o rei Asa os enviou a Ben-Hadade, filho de Tabrimom, filho de Heziom, rei da Síria, que habitava em Damasco, dizendo:
19 - Haja acordo entre mim e ti, como houve entre meu pai e teu pai; eis que te mando um presente, prata e ouro; vai, e anula o teu acordo com Baasa, rei de Israel, para que se retire de sobre mim.
20 - E Ben-Hadade deu ouvidos ao rei Asa, e enviou os capitães dos seus exércitos contra as cidades de Israel; e feriu a Ijom, e a Dã, e a Abel-Bete-Maaca, e a toda a Quinerete, com toda a terra de Naftali.
21 - E sucedeu que, ouvindo-o Baasa, deixou de edificar a Ramá; e ficou em Tirza.
22 - Então o rei Asa fez apregoar por toda a Judá que todos, sem exceção, trouxessem as pedras de Ramá, e a sua madeira com que Baasa edificara; e com elas edificou o rei Asa a Geba de Benjamim e a Mizpá.
23 - Quanto ao mais de todos os atos de Asa, e a todo o seu poder, e a tudo quanto fez, e as cidades que edificou, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá? Porém, no tempo da sua velhice, padeceu dos pés.
24 - E Asa dormiu com seus pais, e foi sepultado com seus pais na cidade de Davi, seu pai; e Jeosafá, seu filho, reinou em seu lugar.
25 - E Nadabe, filho de Jeroboão, começou a reinar sobre Israel no ano segundo de Asa, rei de Judá; e reinou sobre Israel dois anos.
26 - E fez o que era mau aos olhos do Senhor; e andou nos caminhos de seu pai, e no seu pecado com que seu pai fizera pecar a Israel.
27 - E conspirou contra ele Baasa, filho de Aías, da casa de Issacar, e feriu-o Baasa em Gibetom, que era dos filisteus, quando Nadabe e todo o Israel cercavam a Gibetom.
28 - E matou-o, pois, Baasa no ano terceiro de Asa, rei de Judá, e reinou em seu lugar.
29 - Sucedeu que, reinando ele, feriu a toda a casa de Jeroboão; nada de Jeroboão deixou que tivesse fôlego, até o destruir, conforme à palavra do Senhor que dissera pelo ministério de seu servo Aías, o silonita.
30 - Por causa dos pecados que Jeroboão cometera, e fez pecar a Israel, e por causa da provocação com que irritara ao Senhor Deus de Israel.
31 - Quanto ao mais dos atos de Nadabe, e a tudo quanto fez, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel?
32 - E houve guerra entre Asa e Baasa, rei de Israel, todos os seus dias.
33 - No ano terceiro de Asa, rei de Judá, Baasa, filho de Aías, começou a reinar sobre todo o Israel em Tirza, e reinou vinte e quatro anos.
34 - E fez o que era mau aos olhos do Senhor; e andou no caminho de Jeroboão, e no pecado com que ele tinha feito Israel pecar.
Capítulo - 16
1 - Então veio a palavra do SENHOR a Jeú, filho de Hanani, contra Baasa, dizendo:
2 - Porquanto te levantei do pó, e te pus por príncipe sobre o meu povo Israel, e tu tens andado no caminho de Jeroboão, e tens feito pecar a meu povo Israel, irritando-me com os seus pecados,
3 - Eis que tirarei os descendentes de Baasa, e os descendentes da sua casa, e farei a tua casa como a casa de Jeroboão, filho de Nebate.
4 - Quem morrer dos de Baasa, na cidade, os cães o comerão; e o que dele morrer no campo, as aves do céu o comerão.
5 - Quanto ao mais dos atos de Baasa, e ao que fez, e ao seu poder, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel?
6 - E Baasa dormiu com seus pais, e foi sepultado em Tirza; e Elá, seu filho, reinou em seu lugar.
7 - Assim veio também a palavra do Senhor, pelo ministério do profeta Jeú, filho de Hanani, contra Baasa e contra a sua casa; e isso por todo o mal que fizera aos olhos do Senhor, irritando-o com a obra de suas mãos, para ser como a casa de Jeroboão; e porque o havia ferido.
8 - No ano vinte e seis de Asa, rei de Judá, Elá, filho de Baasa, começou a reinar em Tirza sobre Israel; e reinou dois anos.
9 - E Zinri, seu servo, capitão de metade dos carros, conspirou contra ele, estando ele em Tirza, bebendo e embriagando-se em casa de Arsa, mordomo em Tirza.
10 - Entrou, pois, Zinri, e o feriu, e o matou, no ano vigésimo sétimo de Asa, rei de Judá; e reinou em seu lugar.
11 - E sucedeu que, reinando ele, e estando assentado no seu trono, feriu a toda a casa de Baasa; não lhe deixou homem algum, nem a seus parentes, nem a seus amigos.
12 - Assim destruiu Zinri toda a casa de Baasa, conforme à palavra do Senhor que, contra Baasa, ele falara pelo ministério do profeta Jeú,
13 - Por todos os pecados de Baasa, e os pecados de Elá, seu filho, que cometeram, e com que fizeram pecar a Israel, irritando ao Senhor Deus de Israel com as suas vaidades.
14 - Quanto ao mais dos atos de Elá, e a tudo quanto fez, não está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel?
15 - No ano vigésimo sétimo de Asa, rei de Judá, reinou Zinri sete dias em Tirza; e o povo estava acampado contra Gibetom, que era dos filisteus.
16 - E o povo que estava acampado ouviu dizer: Zinri tem conspirado, e até matou o rei. Todo o Israel pois, no mesmo dia, no arraial, constituiu rei sobre Israel a Onri, capitão do exército.
17 - E subiu Onri, e todo o Israel com ele, de Gibetom, e cercaram a Tirza.
18 - E sucedeu que Zinri, vendo que a cidade era tomada, foi ao paço da casa do rei e queimou-a sobre si; e morreu,
19 - Por causa dos pecados que cometera, fazendo o que era mau aos olhos do Senhor, andando no caminho de Jeroboão, e no pecado que ele cometera, fazendo Israel pecar.
20 - Quanto ao mais dos atos de Zinri, e à conspiração que fez, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel?
21 - Então o povo de Israel se dividiu em dois partidos: metade do povo seguia a Tibni, filho de Ginate, para o fazer rei, e a outra metade seguia a Onri.
22 - Mas o povo que seguia a Onri foi mais forte do que o povo que seguia a Tibni, filho de Ginate; e Tibni morreu, e Onri reinou.
23 - No ano trinta e um de Asa, rei de Judá, Onri começou a reinar sobre Israel, e reinou doze anos; e em Tirza reinou seis anos.
24 - E de Semer comprou o monte de Samaria por dois talentos de prata, e edificou nele; e chamou a cidade que edificou Samaria, do nome de Semer, dono do monte.
25 - E fez Onri o que era mau aos olhos do Senhor; e fez pior do que todos quantos foram antes dele.
26 - E andou em todos os caminhos de Jeroboão, filho de Nebate, como também nos pecados com que ele tinha feito pecar a Israel, irritando ao Senhor Deus de Israel com as suas vaidades.
27 - Quanto ao mais dos atos de Onri, ao que fez, e ao poder que manifestou, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel?
28 - E Onri dormiu com seus pais, e foi sepultado em Samaria; e Acabe, seu filho, reinou em seu lugar.
29 - E Acabe, filho de Onri, começou a reinar sobre Israel no ano trigésimo oitavo de Asa, rei de Judá; e reinou Acabe, filho de Onri, sobre Israel, em Samaria, vinte e dois anos.
30 - E fez Acabe, filho de Onri, o que era mau aos olhos do Senhor, mais do que todos os que foram antes dele.
31 - E sucedeu que (como se fora pouco andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate) ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi e serviu a Baal, e o adorou.
32 - E levantou um altar a Baal, na casa de Baal que edificara em Samaria.
33 - Também Acabe fez um ídolo; de modo que Acabe fez muito mais para irritar ao Senhor Deus de Israel, do que todos os reis de Israel que foram antes dele.
34 - Em seus dias Hiel, o betelita, edificou a Jericó; em Abirão, seu primogênito, a fundou, e em Segube, seu filho menor, pôs as suas portas; conforme a palavra do Senhor, que falara pelo ministério de Josué, filho de Num.
Capítulo - 17
1 - Então Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Vive o SENHOR Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra.
2 - Depois veio a ele a palavra do Senhor, dizendo:
3 - Retira-te daqui, e vai para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão.
4 - E há de ser que beberás do ribeiro; e eu tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem.
5 - Foi, pois, e fez conforme a palavra do Senhor; porque foi, e habitou junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão.
6 - E os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã; como também pão e carne à noite; e bebia do ribeiro.
7 - E sucedeu que, passados dias, o ribeiro se secou, porque não tinha havido chuva na terra.
8 - Então veio a ele a palavra do Senhor, dizendo:
9 - Levanta-te, e vai para Sarepta, que é de Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei ali a uma mulher viúva que te sustente.
10 - Então ele se levantou, e foi a Sarepta; e, chegando à porta da cidade, eis que estava ali uma mulher viúva apanhando lenha; e ele a chamou, e lhe disse: Traze-me, peço-te, num vaso um pouco de água que beba.
11 - E, indo ela a trazê-la, ele a chamou e lhe disse: Traze-me agora também um bocado de pão na tua mão.
12 - Porém ela disse: Vive o Senhor teu Deus, que nem um bolo tenho, senão somente um punhado de farinha numa panela, e um pouco de azeite numa botija; e vês aqui apanhei dois cavacos, e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos, e morramos.
13 - E Elias lhe disse: Não temas; vai, faze conforme à tua palavra; porém faze dele primeiro para mim um bolo pequeno, e traze-mo aqui; depois farás para ti e para teu filho.
14 - Porque assim diz o Senhor Deus de Israel: A farinha da panela não se acabará, e o azeite da botija não faltará até ao dia em que o Senhor dê chuva sobre a terra.
15 - E ela foi e fez conforme a palavra de Elias; e assim comeu ela, e ele, e a sua casa muitos dias.
16 - Da panela a farinha não se acabou, e da botija o azeite não faltou; conforme a palavra do Senhor, que ele falara pelo ministério de Elias.
17 - E depois destas coisas sucedeu que adoeceu o filho desta mulher, dona da casa; e a sua doença se agravou muito, até que nele nenhum fôlego ficou.
18 - Então ela disse a Elias: Que tenho eu contigo, homem de Deus? vieste tu a mim para trazeres à memória a minha iniqüidade, e matares a meu filho?
19 - E ele disse: Dá-me o teu filho. E ele o tomou do seu regaço, e o levou para cima, ao quarto, onde ele mesmo habitava, e o deitou em sua cama,
20 - E clamou ao Senhor, e disse: Ó Senhor meu Deus, também até a esta viúva, com quem me hospedo, afligiste, matando-lhe o filho?
21 - Então se estendeu sobre o menino três vezes, e clamou ao Senhor, e disse: Ó Senhor meu Deus, rogo-te que a alma deste menino torne a entrar nele.
22 - E o Senhor ouviu a voz de Elias; e a alma do menino tornou a entrar nele, e reviveu.
23 - E Elias tomou o menino, e o trouxe do quarto à casa, e o deu à sua mãe; e disse Elias: Vês aí, teu filho vive.
24 - Então a mulher disse a Elias: Nisto conheço agora que tu és homem de Deus, e que a palavra do Senhor na tua boca é verdade.
Capítulo - 18
1 - E sucedeu que, depois de muitos dias, a palavra do SENHOR veio a Elias, no terceiro ano, dizendo: Vai, apresenta-te a Acabe; porque darei chuva sobre a terra.
2 - E foi Elias apresentar-se a Acabe; e a fome era extrema em Samaria.
3 - E Acabe chamou a Obadias, o mordomo; e Obadias temia muito ao Senhor,
4 - Porque sucedeu que, destruindo Jezabel os profetas do Senhor, Obadias tomou cem profetas, e de cinqüenta em cinqüenta os escondeu numa cova, e os sustentou com pão e água.
5 - E disse Acabe a Obadias: Vai pela terra a todas as fontes de água, e a todos os rios; pode ser que achemos erva, para que em vida conservemos os cavalos e mulas, e não percamos todos os animais.
6 - E repartiram entre si a terra, para a percorrerem: Acabe foi à parte por um caminho, e Obadias também foi sozinho por outro caminho.
7 - Estando, pois, Obadias já em caminho, eis que Elias o encontrou; e Obadias, reconhecendo-o, prostrou-se sobre o seu rosto, e disse: És tu o meu senhor Elias?
8 - E disse-lhe ele: Eu sou; vai, e dize a teu senhor: Eis que Elias está aqui.
9 - Porém ele disse: Em que pequei, para que entregues a teu servo na mão de Acabe, para que me mate?
10 - Vive o SENHOR teu Deus, que não houve nação nem reino aonde o meu senhor não mandasse em busca de ti; e dizendo eles: Aqui não está, então fazia jurar os reinos e nações, que não te haviam achado.
11 - E agora dizes tu: Vai, dize a teu senhor: Eis que aqui está Elias.
12 - E poderia ser que, apartando-me eu de ti, o Espírito do Senhor te tomasse, não sei para onde, e, vindo eu a dar as novas a Acabe, e não te achando ele, me mataria; porém eu, teu servo, temo ao Senhor desde a minha mocidade.
13 - Porventura não disseram a meu senhor o que fiz, quando Jezabel matava os profetas do SENHOR? Como escondi a cem homens dos profetas do SENHOR, de cinqüenta em cinqüenta, numa cova, e os sustentei com pão e água?
14 - E agora dizes tu: Vai, dize a teu senhor: Eis que Elias está aqui; ele me mataria.
15 - E disse Elias: Vive o Senhor dos Exércitos, perante cuja face estou, que deveras hoje me apresentarei a ele.
16 - Então foi Obadias encontrar-se com Acabe, e lho anunciou; e foi Acabe encontrar-se com Elias.
17 - E sucedeu que, vendo Acabe a Elias, disse-lhe: És tu o perturbador de Israel?
18 - Então disse ele: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do Senhor, e seguistes a Baalim.
19 - Agora, pois, manda reunir-se a mim todo o Israel no monte Carmelo; como também os quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal, e os quatrocentos profetas de Aserá, que comem da mesa de Jezabel.
20 - Então Acabe convocou todos os filhos de Israel; e reuniu os profetas no monte Carmelo.
21 - Então Elias se chegou a todo o povo, e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o, e se Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu.
22 - Então disse Elias ao povo: Só eu fiquei por profeta do Senhor, e os profetas de Baal são quatrocentos e cinqüenta homens.
23 - Dêem-se-nos, pois, dois bezerros, e eles escolham para si um dos bezerros, e o dividam em pedaços, e o ponham sobre a lenha, porém não lhe coloquem fogo, e eu prepararei o outro bezerro, e o porei sobre a lenha, e não lhe colocarei fogo.
24 - Então invocai o nome do vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor; e há de ser que o deus que responder por meio de fogo esse será Deus. E todo o povo respondeu, dizendo: É boa esta palavra.
25 - E disse Elias aos profetas de Baal: Escolhei para vós um dos bezerros, e preparai-o primeiro, porque sois muitos, e invocai o nome do vosso deus, e não lhe ponhais fogo.
26 - E tomaram o bezerro que lhes dera, e o prepararam; e invocaram o nome de Baal, desde a manhã até ao meio-dia, dizendo: Ah! Baal, responde-nos! Porém nem havia voz, nem quem respondesse; e saltavam sobre o altar que tinham feito.
27 - E sucedeu que ao meio-dia Elias zombava deles e dizia: Clamai em altas vozes, porque ele é um deus; pode ser que esteja falando, ou que tenha alguma coisa que fazer, ou que intente alguma viagem; talvez esteja dormindo, e despertará.
28 - E eles clamavam em altas vozes, e se retalhavam com facas e com lancetas, conforme ao seu costume, até derramarem sangue sobre si.
29 - E sucedeu que, passado o meio-dia, profetizaram eles, até a hora de se oferecer o sacrifício da tarde; porém não houve voz, nem resposta, nem atenção alguma.
30 - Então Elias disse a todo o povo: Chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele; e restaurou o altar do Senhor, que estava quebrado.
31 - E Elias tomou doze pedras, conforme ao número das tribos dos filhos de Jacó, ao qual veio a palavra do Senhor, dizendo: Israel será o teu nome.
32 - E com aquelas pedras edificou o altar em nome do Senhor; depois fez um rego em redor do altar, segundo a largura de duas medidas de semente.
33 - Então armou a lenha, e dividiu o bezerro em pedaços, e o pôs sobre a lenha.
34 - E disse: Enchei de água quatro cântaros, e derramai-a sobre o holocausto e sobre a lenha. E disse: Fazei-o segunda vez; e o fizeram segunda vez. Disse ainda: Fazei-o terceira vez; e o fizeram terceira vez;
35 - De maneira que a água corria ao redor do altar; e até o rego ele encheu de água.
36 - Sucedeu que, no momento de ser oferecido o sacrifício da tarde, o profeta Elias se aproximou, e disse: Ó Senhor Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que conforme à tua palavra fiz todas estas coisas.
37 - Responde-me, Senhor, responde-me, para que este povo conheça que tu és o Senhor Deus, e que tu fizeste voltar o seu coração.
38 - Então caiu fogo do Senhor, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego.
39 - O que vendo todo o povo, caíram sobre os seus rostos, e disseram: Só o Senhor é Deus! Só o Senhor é Deus!
40 - E Elias lhes disse: Lançai mão dos profetas de Baal, que nenhum deles escape. E lançaram mão deles; e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom, e ali os matou.
41 - Então disse Elias a Acabe: Sobe, come e bebe, porque há ruído de uma abundante chuva.
42 - E Acabe subiu a comer e a beber; mas Elias subiu ao cume do Carmelo, e se inclinou por terra, e pôs o seu rosto entre os seus joelhos.
43 - E disse ao seu servo: Sobe agora, e olha para o lado do mar. E subiu, e olhou, e disse: Não há nada. Então disse ele: Volta lá sete vezes.
44 - E sucedeu que, à sétima vez, disse: Eis aqui uma pequena nuvem, como a mão de um homem, subindo do mar. Então disse ele: Sobe, e dize a Acabe: Aparelha o teu carro, e desce, para que a chuva não te impeça.
45 - E sucedeu que, entretanto, os céus se enegreceram com nuvens e vento, e veio uma grande chuva; e Acabe subiu ao carro, e foi para Jizreel.
46 - E a mão do Senhor estava sobre Elias, o qual cingiu os lombos, e veio correndo perante Acabe, até à entrada de Jizreel.
Capítulo - 19
1 - E Acabe fez saber a Jezabel tudo quanto Elias havia feito, e como totalmente matara todos os profetas à espada.
2 - Então Jezabel mandou um mensageiro a Elias, a dizer-lhe: Assim me façam os deuses, e outro tanto, se de certo amanhã a estas horas não puser a tua vida como a de um deles.
3 - O que vendo ele, se levantou e, para escapar com vida, se foi, e chegando a Berseba, que é de Judá, deixou ali o seu servo.
4 - Ele, porém, foi ao deserto, caminho de um dia, e foi sentar-se debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte, e disse: Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais.
5 - E deitou-se, e dormiu debaixo do zimbro; e eis que então um anjo o tocou, e lhe disse: Levanta-te, come.
6 - E olhou, e eis que à sua cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas, e uma botija de água; e comeu, e bebeu, e tornou a deitar-se.
7 - E o anjo do Senhor tornou segunda vez, e o tocou, e disse: Levanta-te e come, porque te será muito longo o caminho.
8 - Levantou-se, pois, e comeu e bebeu; e com a força daquela comida caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus.
9 - E ali entrou numa caverna e passou ali a noite; e eis que a palavra do Senhor veio a ele, e lhe disse: Que fazes aqui Elias?
10 - E ele disse: Tenho sido muito zeloso pelo Senhor Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada, e só eu fiquei, e buscam a minha vida para ma tirarem.
11 - E Deus lhe disse: Sai para fora, e põe-te neste monte perante o Senhor. E eis que passava o Senhor, como também um grande e forte vento que fendia os montes e quebrava as penhas diante do Senhor; porém o Senhor não estava no vento; e depois do vento um terremoto; também o Senhor não estava no terremoto;
12 - E depois do terremoto um fogo; porém também o Senhor não estava no fogo; e depois do fogo uma voz mansa e delicada.
13 - E sucedeu que, ouvindo-a Elias, envolveu o seu rosto na sua capa, e saiu para fora, e pôs-se à entrada da caverna; e eis que veio a ele uma voz, que dizia: Que fazes aqui, Elias?
14 - E ele disse: Eu tenho sido em extremo zeloso pelo Senhor Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada, e só eu fiquei; e buscam a minha vida para ma tirarem.
15 - E o Senhor lhe disse: Vai, volta pelo teu caminho para o deserto de Damasco; e, chegando lá, unge a Hazael rei sobre a Síria.
16 - Também a Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei de Israel; e também a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar.
17 - E há de ser que o que escapar da espada de Hazael, matá-lo-á Jeú; e o que escapar da espada de Jeú, matá-lo-á Eliseu.
18 - Também deixei ficar em Israel sete mil: todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda a boca que não o beijou.
19 - Partiu, pois, Elias dali, e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele, e ele estava com a duodécima; e Elias passou por ele, e lançou a sua capa sobre ele.
20 - Então deixou ele os bois, e correu após Elias; e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe, e então te seguirei. E ele lhe disse: Vai, e volta; pois, que te fiz eu?
21 - Voltou, pois, de o seguir, e tomou a junta de bois, e os matou, e com os aparelhos dos bois cozeu as carnes, e as deu ao povo, e comeram; então se levantou e seguiu a Elias, e o servia.
Capítulo - 20
1 - E Ben-Hadade, rei da Síria, ajuntou todo o seu exército; e havia com ele trinta e dois reis, e cavalos e carros; e subiu, e cercou a Samaria, e pelejou contra ela.
2 - E enviou à cidade mensageiros, a Acabe, rei de Israel,
3 - Que lhe disseram: Assim diz Ben-Hadade: A tua prata e o teu ouro são meus; e tuas mulheres e os melhores de teus filhos são meus.
4 - E respondeu o rei de Israel, e disse: Conforme a tua palavra, ó rei meu senhor, eu sou teu, e tudo quanto tenho.
5 - E tornaram a vir os mensageiros, e disseram: Assim diz Ben-Hadade: Enviei-te, na verdade, mensageiros que dissessem: Tu me hás de dar a tua prata, e o teu ouro, e as tuas mulheres e os teus filhos;
6 - Todavia amanhã a estas horas enviarei os meus servos a ti, e esquadrinharão a tua casa, e as casas dos teus servos; e há de ser que tudo o que de precioso tiveres, eles tomarão consigo, e o levarão.
7 - Então o rei de Israel chamou a todos os anciãos da terra, e disse: Notai agora, e vede como este homem procura o mal; pois mandou pedir-me as mulheres, os meus filhos, a minha prata e o meu ouro, e não lhos neguei.
8 - E todos os anciãos e todo o povo lhe disseram: Não lhe dês ouvidos, nem consintas.
9 - Por isso disse aos mensageiros de Ben-Hadade: Dizei ao rei, meu senhor: Tudo o que primeiro mandaste pedir a teu servo, farei, porém isto não posso fazer. E voltaram os mensageiros, e lhe levaram a resposta.
10 - E Ben-Hadade enviou a ele mensageiros dizendo: Assim me façam os deuses, e outro tanto, que o pó de Samaria não bastará para encher as mãos de todo o povo que me segue.
11 - Porém o rei de Israel respondeu: Dizei-lhe: Não se gabe quem se cinge das armas, como aquele que as descinge.
12 - E sucedeu que, ouvindo ele esta palavra, estando a beber com os reis nas tendas, disse aos seus servos: Ponde-vos em ordem contra a cidade.
13 - E eis que um profeta se chegou a Acabe rei de Israel, e lhe disse: Assim diz o Senhor: Viste toda esta grande multidão? Eis que hoje ta entregarei nas tuas mãos, para que saibas que eu sou o Senhor.
14 - E disse Acabe: Por quem? E ele disse: Assim diz o Senhor: Pelos moços dos príncipes das províncias. E disse: Quem começará a peleja? E disse: Tu.
15 - Então contou os moços dos príncipes das províncias, e foram duzentos e trinta e dois; e depois deles contou a todo o povo, todos os filhos de Israel, sete mil.
16 - E saíram ao meio-dia; e Ben-Hadade estava bebendo e embriagando-se nas tendas, ele e os reis, os trinta e dois reis, que o ajudavam.
17 - E os moços dos príncipes das províncias saíram primeiro; e Ben-Hadade enviou espias, que lhe deram avisos, dizendo: Saíram de Samaria uns homens.
18 - E ele disse: Ainda que para paz saíssem, tomai-os vivos; e ainda que à peleja saíssem, tomai-os vivos.
19 - Saíram, pois, da cidade os moços dos príncipes das províncias, e o exército que os seguia.
20 - E eles feriram cada um o seu adversário, e os sírios fugiram, e Israel os perseguiu; porém Ben-Hadade, rei da Síria, escapou a cavalo, com alguns cavaleiros.
21 - E saiu o rei de Israel, e feriu os cavalos e os carros; e feriu os sírios com grande estrago.
22 - Então o profeta chegou-se ao rei de Israel e lhe disse: Vai, esforça-te, e atenta, e olha o que hás de fazer; porque no decurso de um ano o rei da Síria subirá contra ti.
23 - Porque os servos do rei da Síria lhe disseram: Seus deuses são deuses dos montes, por isso foram mais fortes do que nós; mas pelejemos com eles em campo raso, e por certo veremos, se não somos mais fortes do que eles!
24 - Faze, pois, isto: tira os reis, cada um do seu lugar, e substitui-os por capitães;
25 - E forma outro exército, igual ao exército que perdeste, cavalo por cavalo, e carro por carro, e pelejemos com eles em campo raso, e veremos se não somos mais fortes do que eles! E deu ouvidos à sua voz, e assim fez.
26 - E sucedeu que, passado um ano, Ben-Hadade passou revista aos sírios, e subiu a Afeque, para pelejar contra Israel.
27 - Também aos filhos de Israel se passou revista, e providos de víveres marcharam contra eles; e os filhos de Israel acamparam-se defronte deles, como dois pequenos rebanhos de cabras; mas os sírios enchiam a terra.
28 - E chegou o homem de Deus, e falou ao rei de Israel, e disse: Assim diz o Senhor: Porquanto os sírios disseram: O Senhor é Deus dos montes, e não Deus dos vales; toda esta grande multidão entregarei nas tuas mãos; para que saibas que eu sou o Senhor.
29 - E sete dias estiveram acampados uns defronte dos outros; e sucedeu ao sétimo dia que a peleja começou, e os filhos de Israel feriram dos sírios cem mil homens de pé, num dia.
30 - E os restantes fugiram a Afeque, à cidade; e caiu o muro sobre vinte e sete mil homens, que restaram; Ben-Hadade, porém, fugiu, e veio à cidade, escondendo-se de câmara em câmara.
31 - Então lhe disseram os seus servos: Eis que já temos ouvido que os reis da casa de Israel são reis clementes; ponhamos, pois, sacos aos lombos, e cordas às cabeças, e saiamos ao rei de Israel; pode ser que ele te poupe a vida.
32 - Então cingiram sacos aos lombos e cordas às cabeças, e foram ao rei de Israel, e disseram: Diz o teu servo Ben-Hadade: Deixa-me viver. E disse Acabe: Pois ainda vive? É meu irmão.
33 - E aqueles homens tomaram isto por bom presságio, e apressaram-se em apanhar a sua palavra, e disseram: Teu irmão Ben-Hadade vive. E ele disse: Vinde, trazei-mo. Então Ben-Hadade foi a ele, e ele o fez subir ao carro.
34 - E disse ele: As cidades que meu pai tomou de teu pai tas restituirei, e faze para ti ruas em Damasco, como meu pai as fez em Samaria. E eu, respondeu Acabe, te deixarei ir com esta aliança. E fez com ele aliança e o deixou ir.
35 - Então um dos homens dos filhos dos profetas disse ao seu companheiro, pela palavra do Senhor: Ora fere-me. E o homem recusou feri-lo.
36 - E ele lhe disse: Porque não obedeceste à voz do Senhor, eis que, em te apartando de mim, um leão te ferirá. E como dele se apartou, um leão o encontrou e o feriu.
37 - Depois encontrou outro homem, e disse-lhe: Ora fere-me. E aquele homem deu-lhe um golpe, ferindo-o.
38 - Então foi o profeta, e pôs-se perante o rei no caminho; e disfarçou-se com cinza sobre os seus olhos.
39 - E sucedeu que, passando o rei, clamou ele ao rei, dizendo: Teu servo estava no meio da peleja, e eis que, desviando-se um homem, trouxe-me outro homem, e disse: Guarda-me este homem; se vier a faltar, será a tua vida em lugar da vida dele, ou pagarás um talento de prata.
40 - Sucedeu, pois, que, estando o teu servo ocupado de uma e de outra parte, eis que o homem desapareceu. Então o rei de Israel lhe disse: Esta é a tua sentença; tu mesmo a pronunciaste.
41 - Então ele se apressou, e tirou a cinza de sobre os seus olhos; e o rei de Israel o reconheceu, que era um dos profetas.
42 - E disse-lhe: Assim diz o Senhor: Porquanto soltaste da mão o homem que eu havia posto para destruição, a tua vida será em lugar da sua vida, e o teu povo em lugar do seu povo.
43 - E foi o rei de Israel para a sua casa, desgostoso e indignado; e chegou a Samaria.
Capítulo - 21
1 - E sucedeu depois destas coisas que, Nabote, o jizreelita, tinha uma vinha em Jizreel junto ao palácio de Acabe, rei de Samaria.
2 - Então Acabe falou a Nabote, dizendo: Dá-me a tua vinha, para que me sirva de horta, pois está vizinha ao lado da minha casa; e te darei por ela outra vinha melhor: ou, se for do teu agrado, dar-te-ei o seu valor em dinheiro.
3 - Porém Nabote disse a Acabe: Guarde-me o Senhor de que eu te dê a herança de meus pais.
4 - Então Acabe veio desgostoso e indignado à sua casa, por causa da palavra que Nabote, o jizreelita, lhe falara, quando disse: Não te darei a herança de meus pais. E deitou-se na sua cama, e voltou o rosto, e não comeu pão.
5 - Porém, vindo a ele Jezabel, sua mulher, lhe disse: Que há, que está tão desgostoso o teu espírito, e não comes pão?
6 - E ele lhe disse: Porque falei a Nabote, o jizreelita, e lhe disse: Dá-me a tua vinha por dinheiro; ou, se te apraz, te darei outra vinha em seu lugar. Porém ele disse: Não te darei a minha vinha.
7 - Então Jezabel, sua mulher lhe disse: Governas tu agora no reino de Israel? Levanta-te, come pão, e alegre-se o teu coração; eu te darei a vinha de Nabote, o jizreelita.
8 - Então escreveu cartas em nome de Acabe, e as selou com o seu sinete; e mandou as cartas aos anciãos e aos nobres que havia na sua cidade e habitavam com Nabote.
9 - E escreveu nas cartas, dizendo: Apregoai um jejum, e ponde Nabote diante do povo.
10 - E ponde defronte dele dois filhos de Belial, que testemunhem contra ele, dizendo: Blasfemaste contra Deus e contra o rei; e trazei-o fora, e apedrejai-o para que morra.
11 - E os homens da sua cidade, os anciãos e os nobres que habitavam na sua cidade, fizeram como Jezabel lhes ordenara, conforme estava escrito nas cartas que lhes mandara.
12 - Apregoaram um jejum, e puseram a Nabote diante do povo.
13 - Então vieram dois homens, filhos de Belial, e puseram-se defronte dele; e os homens, filhos de Belial, testemunharam contra ele, contra Nabote, perante o povo, dizendo: Nabote blasfemou contra Deus e contra o rei. E o levaram para fora da cidade, e o apedrejaram, e morreu.
14 - Então mandaram dizer a Jezabel: Nabote foi apedrejado, e morreu.
15 - E sucedeu que, ouvindo Jezabel que já fora apedrejado Nabote, e morrera, disse a Acabe: Levanta-te, e possui a vinha de Nabote, o jizreelita, a qual te recusou dar por dinheiro; porque Nabote não vive, mas é morto.
16 - E sucedeu que, ouvindo Acabe, que Nabote já era morto, levantou-se para descer para a vinha de Nabote, o jizreelita, para tomar posse dela.
17 - Então veio a palavra do Senhor a Elias, o tisbita, dizendo:
18 - Levanta-te, desce para encontrar-te com Acabe, rei de Israel, que está em Samaria; eis que está na vinha de Nabote, aonde tem descido para possuí-la.
19 - E falar-lhe-ás, dizendo: Assim diz o Senhor: Porventura não mataste e tomaste a herança? Falar-lhe-ás mais, dizendo: Assim diz o Senhor: No lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabote lamberão também o teu próprio sangue.
20 - E disse Acabe a Elias: Já me achaste, inimigo meu? E ele disse: Achei-te; porquanto já te vendeste para fazeres o que é mau aos olhos do Senhor.
21 - Eis que trarei mal sobre ti, e arrancarei a tua posteridade, e arrancarei de Acabe a todo o homem, tanto o escravo como o livre em Israel;
22 - E farei a tua casa como a casa de Jeroboão, filho de Nebate, e como a casa de Baasa, filho de Aías; por causa da provocação, com que me provocaste e fizeste pecar a Israel.
23 - E também acerca de Jezabel falou o Senhor, dizendo: Os cães comerão a Jezabel junto ao antemuro de Jizreel.
24 - Aquele que morrer dos de Acabe, na cidade, os cães o comerão; e o que morrer no campo as aves do céu o comerão.
25 - Porém ninguém fora como Acabe, que se vendera para fazer o que era mau aos olhos do Senhor; porque Jezabel, sua mulher, o incitava.
26 - E fez grandes abominações, seguindo os ídolos, conforme a tudo o que fizeram os amorreus, os quais o Senhor lançou fora da sua possessão, de diante dos filhos de Israel.
27 - Sucedeu, pois, que Acabe, ouvindo estas palavras, rasgou as suas vestes, e cobriu a sua carne de saco, e jejuou; e jazia em saco, e andava mansamente.
28 - Então veio a palavra do Senhor a Elias tisbita, dizendo:
29 - Não viste que Acabe se humilha perante mim? Por isso, porquanto se humilha perante mim, não trarei este mal nos seus dias, mas nos dias de seu filho o trarei sobre a sua casa.
Capítulo - 22
1 - E estiveram quietos três anos, não havendo guerra entre a Síria e Israel.
2 - Porém no terceiro ano sucedeu que Jeosafá, rei de Judá, desceu para avistar-se com o rei de Israel.
3 - E o rei de Israel disse aos seus servos: Não sabeis vós que Ramote de Gileade é nossa, e nós estamos quietos, sem a tomar da mão do rei da Síria?
4 - Então perguntou a Jeosafá: Irás tu comigo à peleja a Ramote de Gileade? E disse Jeosafá ao rei de Israel: Serei como tu, e o meu povo como o teu povo, e os meus cavalos como os teus cavalos.
5 - Disse mais Jeosafá ao rei de Israel: Peço-te, consulta hoje a palavra do Senhor.
6 - Então o rei de Israel reuniu os profetas até quase quatrocentos homens, e disse-lhes: Irei à peleja contra Ramote de Gileade, ou deixarei de ir? E eles disseram: Sobe, porque o Senhor a entregará na mão do rei.
7 - Disse, porém, Jeosafá: Não há aqui ainda algum profeta do Senhor, ao qual possamos consultar?
8 - Então disse o rei de Israel a Jeosafá: Ainda há um homem por quem podemos consultar ao Senhor; porém eu o odeio, porque nunca profetiza de mim o que é bom, mas só o mal; este é Micaías, filho de Inlá. E disse Jeosafá: Não fale o rei assim.
9 - Então o rei de Israel chamou um oficial, e disse: Traze-me depressa a Micaías, filho de Inlá.
10 - E o rei de Israel e Jeosafá, rei de Judá, estavam assentados cada um no seu trono, vestidos de trajes reais, na praça, à entrada da porta de Samaria; e todos os profetas profetizavam na sua presença.
11 - E Zedequias, filho de Quenaaná, fez para si uns chifres de ferro, e disse: Assim diz o Senhor: Com estes ferirás aos sírios, até de todo os consumir.
12 - E todos os profetas profetizaram assim, dizendo: Sobe a Ramote de Gileade, e triunfarás, porque o Senhor a entregará na mão do rei.
13 - E o mensageiro que foi chamar a Micaías falou-lhe, dizendo: Vês aqui que as palavras dos profetas a uma voz predizem coisas boas para o rei; seja, pois, a tua palavra como a palavra de um deles, e fala bem.
14 - Porém Micaías disse: Vive o Senhor que o que o Senhor me disser isso falarei.
15 - E, vindo ele ao rei, o rei lhe disse: Micaías, iremos a Ramote de Gileade à peleja, ou deixaremos de ir? E ele lhe disse: Sobe, e serás bem sucedido; porque o Senhor a entregará na mão do rei.
16 - E o rei lhe disse: Até quantas vezes te conjurarei, que não me fales senão a verdade em nome do Senhor?
17 - Então disse ele: Vi a todo o Israel disperso pelos montes, como ovelhas que não tem pastor; e disse o Senhor: Estes não têm senhor; torne cada um em paz para sua casa.
18 - Então o rei de Israel disse a Jeosafá: Não te disse eu, que nunca profetizará de mim o que é bom, senão só o que é mal?
19 - Então ele disse: Ouve, pois, a palavra do Senhor: Vi ao Senhor assentado sobre o seu trono, e todo o exército do céu estava junto a ele, à sua mão direita e à sua esquerda.
20 - E disse o Senhor: Quem induzirá Acabe, para que suba, e caia em Ramote de Gileade? E um dizia desta maneira e outro de outra.
21 - Então saiu um espírito, e se apresentou diante do Senhor, e disse: Eu o induzirei. E o Senhor lhe disse: Com quê?
22 - E disse ele: Eu sairei, e serei um espírito de mentira na boca de todos os seus profetas. E ele disse: Tu o induzirás, e ainda prevalecerás; sai e faze assim.
23 - Agora, pois, eis que o Senhor pôs o espírito de mentira na boca de todos estes teus profetas, e o Senhor falou o mal contra ti.
24 - Então Zedequias, filho de Quenaaná, chegou, e feriu a Micaías no queixo, e disse: Por onde saiu de mim o Espírito do Senhor para falar a ti?
25 - E disse Micaías: Eis que o verás naquele mesmo dia, quando entrares de câmara em câmara para te esconderes.
26 - Então disse o rei de Israel: Tomai a Micaías, e tornai a levá-lo a Amom, o governador da cidade e a Joás filho do rei.
27 - E direis: Assim diz o rei: Colocai este homem na casa do cárcere, e sustentai-o com o pão de angústia, e com água de amargura, até que eu venha em paz.
28 - E disse Micaías: Se tu voltares em paz, o Senhor não tem falado por mim. Disse mais: Ouvi, povos todos!
29 - Assim o rei de Israel e Jeosafá, rei de Judá, subiram a Ramote de Gileade.
30 - E disse o rei de Israel a Jeosafá: Eu me disfarçarei, e entrarei na peleja; tu porém veste as tuas roupas. Disfarçou-se, pois o rei de Israel, e entrou na peleja.
31 - E o rei da Síria dera ordem aos capitães dos carros, que eram trinta e dois, dizendo: Não pelejareis nem contra pequeno nem contra grande, mas só contra o rei de Israel.
32 - Sucedeu que, vendo os capítães dos carros a Jeosafá, disseram eles: Certamente este é o rei de Israel. E chegaram-se a ele, para pelejar com ele; porém Jeosafá gritou.
33 - E sucedeu que, vendo os capitães dos carros que não era o rei de Israel, deixaram de segui-lo.
34 - Então um homem armou o arco, e atirou a esmo, e feriu o rei de Israel por entre as fivelas e as couraças; então ele disse ao seu carreteiro: Dá volta, e tira-me do exército, porque estou gravemente ferido.
35 - E a peleja foi crescendo nequele dia, e o rei foi sustentado no carro defronte dos sírios; porém ele morreu à tarde; e o sangue da ferida corria para o fundo do carro.
36 - E depois do sol posto passou um pregão pelo exército, dizendo: Cada um para a sua cidade, e cada um para a sua terra!
37 - E morreu o rei, e o levaram a Samaria; e sepultaram o rei em Samaria.
38 - E, lavando-se o carro no tanque de Samaria, os cães lamberam o seu sangue (ora as prostitutas se lavavam ali), conforme à palavra que o Senhor tinha falado.
39 - Quanto ao mais dos atos de Acabe, e a tudo quanto fez, e à casa de marfim que edificou, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel?
40 - Assim dormiu Acabe com seus pais; e Acazias, seu filho, reinou em seu lugar.
41 - E Jeosafá, filho de Asa, começou a reinar sobre Judá no quarto ano de Acabe, rei de Israel.
42 - E era Jeosafá da idade de trinta e cinco anos quando começou a reinar; e vinte e cinco anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Azuba, filha de Sili.
43 - E andou em todos os caminhos de seu pai Asa, não se desviou deles, fazendo o que era reto aos olhos do Senhor.
44 - Todavia os altos não se tiraram; ainda o povo sacrificava e queimava incenso nos altos.
45 - E Jeosafá esteve em paz com o rei de Israel.
46 - Quanto ao mais dos atos de Jeosafá, e ao poder que mostrou, e como guerreou, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá?
47 - Também expulsou da terra o restante dos sodomitas, que ficaram nos dias de seu pai Asa.
48 - Então não havia rei em Edom, porém um vice-rei.
49 - E fez Jeosafá navios de Társis, para irem a Ofir por causa do ouro; porém não foram, porque os navios se quebraram em Eziom-Geber.
50 - Então Acazias, filho de Acabe, disse a Jeosafá: Vão os meus servos com os teus servos nos navios. Porém Jeosafá não quis.
51 - E Jeosafá dormiu com seus pais, e foi sepultado junto a eles, na cidade de Davi, seu pai; e Jeorão, seu filho, reinou em seu lugar.
52 - E Acazias, filho de Acabe, começou a reinar sobre Israel, em Samaria, no ano dezessete de Jeosafá, rei de Judá; e reinou dois anos sobre Israel.
53 - E fez o que era mau aos olhos do Senhor; porque andou no caminho de seu pai, como também no caminho de sua mãe, e no caminho de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel.
54 - E serviu a Baal, e adorou-o, e provocou a ira do Senhor Deus de Israel, conforme a tudo quanto fizera seu pai.