Salmo 35 explicado

O Salmo 35 é atribuído a Davi e reflete um momento de perseguição intensa em sua vida, possivelmente durante o período em que era caçado pelo rei Saul (1 Samuel 24-26). Nesse cântico, Davi clama a Deus por proteção contra inimigos injustos e maliciosos. A cultura da época valorizava a justiça divina e acreditava que Deus intervinha diretamente em favor dos justos, especialmente quando estes eram injustamente acusados ou oprimidos.

Davi pede que Deus seja seu advogado e defensor, utilizando imagens de guerra para ilustrar a batalha espiritual e física que enfrentava. A ideia de Deus como juiz e protetor é central neste Salmo, que combina súplicas, declarações de inocência e confiança em um Deus justo.

Referências e Paralelos

• Bíblia: O Salmo 35 utiliza termos de batalhas espirituais, como "lança e escudo" (verso 2). Ele ecoa o tema de justiça divina encontrado em outras partes dos Salmos (Salmos 7 e 17).
• Comentários Rabínicos: O Talmude explora a ideia de clamor a Deus em tempos de injustiça. Textos rabínicos destacam a fidelidade de Deus ao atender ao oprimido e trazem paralelos entre os clamores de Davi e a história de Jó.
• Paralelos Cristãos: A referência a "testemunhas falsas" no verso 11 pode ser vista como um prenúncio das acusações falsas enfrentadas por Jesus, especialmente em sua paixão (Mateus 26:59-60).

Conexões Cristológicas

O Salmo 35 apresenta uma tipologia messiânica. Davi, como figura do rei perseguido e justo, aponta para Jesus, que também sofreu perseguição e acusação injusta. As palavras de clamor, como no verso 22 ("Senhor, Tu viste; não te cales!"), ressoam com a oração de Jesus no Jardim do Getsêmani (Lucas 22:42-44). A justiça divina mencionada no Salmo encontra cumprimento na obra redentora de Cristo.